Arte e Cultura
Em praça pública, entre bandeirinhas de festa junina, mais de 20 pernaltas caracterizados de caipiras se equilibram em celebração de São João, o santo junino.
Com direito a quadrilha, pescaria e até casamento caipira, uma trupe de Curitiba celebra a festa junina de uma maneira diferente: em pernas-de-pau. O “arraiá nas alturas”, que ocorreu no último sábado (7), foi realizado na praça João Cândido, no Centro da cidade.
Em meio a bandeirinhas de festa junina e músicas típicas do período, a praça recebeu mais de 20 pernaltas caracterizados de caipiras que se equilibram durante celebração de São João, o santo junino. Do alto das pernas-de-pau, os participantes podem chegar a quase 2,5 metros de altura. Eles enfrentam o medo de cair e performam todos os passos tradicionais de uma festa junina, como a roda caipira, o cumprimento de casais e até o túnel.
Neste ano, a festa chegou à quinta edição. Conforme a artista plástica Waleska Saddock, idealizadora da Trupe Guará, o arraiá tem a intenção de ocupar espaços públicos da cidade. A proposta tem sido mantida desde 2019, quando o evento foi realizado pela primeira vez.
Para participar das apresentações do arraiá, são necessárias oito aulas preparatórias, nas quais veteranos e iniciantes ensaiam todos os passos da quadrilha, já em cima de pernas-de-pau. Segundo Waleska, o principal desafio dos participantes da trupe é a insegurança.
A festa junina em pernas-de-pau de Curitiba foi inspirada no São João Pernalta, arraiá tradicional com a mesma proposta no Rio de Janeiro, segundo Waleska. Ela se aventurou pela primeira vez no instrumento em terras cariocas, com movimentos artísticos que tinham mais foco em apresentações de carnaval. Com a chegada de mais integrantes à trupe, a artista pôde realizar a primeira edição do arraiá em solo paranaense.
Atualmente, a Trupe Guará conta com mais de 50 integrantes, que, além do arraiá, realizam blocos de carnavais e ações de voluntariado na capital e região metropolitana. Segundo Waleska, cada integrante da trupe tem a própria perna-de-pau para a atividade. Mas, para os iniciantes, a organização empresta os instrumentos, que são feitos pelo pai da artista plástica. As aulas para aprender a andar no instrumento são pagas. ao longo do ano, o grupo também abre oficinas gratuitas para os interessados.
Com colaboração de Matheus Karam, estagiário do g1 Paraná, com supervisão de Mariah Colombo e Douglas Maia.