Céline Dion faz aparição pública rara, três anos após diagnóstico de Síndrome da Pessoa Rígida; entenda a doença
Considerada uma doença rara do sistema nervoso, a síndrome da pessoa rígida é caracterizada por uma rigidez muscular no tronco e membros.
Cantora Céline Dion, diagnosticada em 2022 com a Síndrome da Pessoa Rígida (SPR), esteve presente na noite dessa segunda-feira (6), durante um show de Paul McCartney, 83, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Uma das últimas aparições públicas da cantora havia sido em março, quando foi entrevistada durante uma partida de golfe na Flórida.
Apesar da discrição da cantora de 57 anos, Dion lançou um documentário, em junho de 2024, e vem falando um pouco mais sobre a doença rara e debilitante, que causa rigidez muscular e espasmos.
Na época do diagnóstico, Dion disse que vinha lidando com problemas de saúde há muito tempo, e era muito difícil enfrentar este desafio e falar sobre tudo o que estava passando…
Considerada uma doença rara do sistema nervoso, a síndrome da pessoa rígida não tem cura.
“A síndrome da pessoa rígida é uma síndrome neurológica rara, imunomediada e caracteriza-se por uma rigidez muscular, que afeta os músculos do tronco, dos braços e pernas. Ocasionalmente, essa síndrome pode ser restrita só a uma perna”, explica Alex Baeta, neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Baeta ressalta que os principais sintomas da síndrome são rigidez dos músculos e espasmos musculares.
Segundo o Instituto Nacional de Saúde (NIH – National Institute of Health), agência governamental do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, posturas anormais, a síndrome afeta duas vezes mais mulheres do que homens e, na maioria das vezes, está associada a outras doenças autoimunes, como diabetes, vitiligo, anemia, tireoidite.
> “Os cientistas ainda não entendem o que causa o SPR, mas pesquisas indicam que é o resultado de uma resposta autoimune que deu errado no cérebro e na medula espinhal”, esclarece o NIH.
O diagnóstico da síndrome não é simples. Por vezes, os sintomas podem ser confundidos com outras doenças, como Parkinson, esclerose múltipla, fibromialgia e até ansiedade. O diagnóstico definitivo pode ser feito com um exame de sangue que mede o nível de anticorpos descarboxilase do ácido glutâmico (GAD) no sangue.
Um documento do departamento de saúde dos EUA explica que pessoas com SPR têm níveis elevados de GAD, um anticorpo que funciona contra uma enzima envolvida na síntese de um importante neurotransmissor no cérebro.
“No tratamento da síndrome é usado o diazepam, que é um relaxante muscular, ou o baclofeno, utilizado para o mesmo fim. Também ministramos a imunoglobulina intravenosa (IgIV) e, em outros casos, corticoides. Às vezes, incluímos nos tratamentos um anticorpo monoclonal chamado rituximabe ou utilizamos plasmaferese – uma espécie de filtração dos anticorpos do sangue”, explica o neurologista da BP.
O tratamento é individualizado, depende de cada paciente. Os medicamentos ajudam a controlar e melhorar os sintomas da síndrome da pessoa rígida, mas não cura o distúrbio.