Última atualização 07/06/2023 | 16:00
Uma perícia no celular do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro comprovam que havia um plano de convocação do Exército para um golpe de Estado. Os indícios são de que a estratégia teria relação com a invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro deste ano. O militar está preso desde o mês passado por ter fraudados dados dos cartões de vacinação do político e da filha no sistema do Ministério da Saúde.
A ideia era impedir a posse de Lula por meio de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O rascunho desse documento encontrado no aparelho apontam para o interesse de acionar as Forças Armadas para restaurar a ordem pública. Os bolsonaristas questionaram a legitimidade da eleição do petista alegando que as urnas eletrônicas não são seguras e foram violadas.
O plano foi discutido com o também militar preso pelo mesmo motivo que Cid, Luis Marcos dos Reis. O ex-ajudante de ordens chegou a prestar depoimento, mas se mantém em silêncio. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo nesta quarta-feira, 07.
Bolsonaro nega envolvimento com qualquer tipo de golpe para impedir a posse do presidente eleito Lula. Ele não teria recebido mensagem com nenhum documento com esse ter. Apesar disso, a PF tenta descobrir quem articulou e para quem estaria sendo organizado um movimento antidemocrático para burlar o resultado das urnas de votação em outubro de 2023.
“No celular do Mauro Cid foi encontrada agora toda uma arquitetura golpista. Isso fecha o cerco de que havia o planejamento do golpe”, afirma o membro da CPMI do Golpe, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) .
Em janeiro deste ano, agentes da Polícia Federal (PF) encontraram uma minuta de intervenção federal na casa do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Ele foi preso logo após desembarcar no Brasil após viagem de férias aos Estados Unidos no mesmo mês.