Censo aponta 96 crianças em união conjugal em Campinas: alerta para órgãos públicos.

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Censo aponta 96 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos vivendo em união conjugal em Campinas

Para analista socioeconômico do IBGE, dados podem refletir questões culturais e acendem alerta para órgãos públicos.

Casal de mãos dadas. — Foto: Unsplash/reprodução

O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (5), identificou 96 crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos vivendo em união conjugal em Campinas (SP).

Os dados disponibilizados no levantamento são resultados preliminares da amostra, estimados a partir de áreas de ponderação preliminares, de acordo com o instituto.

Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE, afirma que essas uniões podem refletir questões culturais e acendem um alerta para órgãos públicos. Para ele, os números “mesmo sendo pequenos, quando a gente observa numa cidade como Campinas, preocupam”.

PREDOMINÂNCIA FEMININA

Segundo o levantamento, dos 96 jovens em união conjugal nessa faixa etária, 72 são meninas e 24 são meninos. Segundo Mariano, os números podem refletir fatores culturais.

> “Tem aquela situação que uma menina, quando engravida, algumas famílias têm a propensão de empurrar essa menina para o estabelecimento de uma união, que seja consensual ou um casamento. E a gente pode ter situações no limite da ilegalidade”, pondera.

O analista também alerta para os arranjos em que as meninas vivem em união com parceiros mais velhos.

> “As meninas tendem a ter o parceiro com uma idade um pouco mais elevada, que aí é um outro problema que a gente pode ter com relação a quase que um estupro de vulnerável, que é o que está colocado, inclusive, na legislação”, avalia.

Por se tratar de um questionário amostral, não é possível identificar os endereços das famílias, mas Mariano destaca que os números devem servir para orientar políticas públicas.

> “O fato das ocorrências existirem é um dado preocupante. E, a partir daí, os órgãos públicos, quem tem a responsabilidade de monitorar esse tipo de situação propriamente dita, tem que olhar para essas ocorrências”, afirma.

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