Dirigentes e líderes de partidos do centrão estão levantando a possibilidade de o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) desistir de concorrer à presidência da República em 2026. Após o anúncio de que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o escolheu como sucessor para as eleições do próximo ano, parte dos políticos do centrão reagiu com ceticismo, considerando a estratégia como uma forma de manter a relevância política e a coesão da militância, principalmente diante da prisão de Bolsonaro em regime fechado por tentativa de golpe de Estado e a inelegibilidade desde 2023.
A leitura de alguns líderes políticos é de que Flávio não levará sua candidatura até o fim do mandato, que se encerra em 2026. A antecipação da escolha do candidato com mais de seis meses de antecedência ao registro para as eleições de 2026 poderia expor o senador a ataques por parte dos adversários, segundo informações da Folha de S. Paulo. Apesar do anúncio, o centrão continua demonstrando preferência por Tarcísio de Freitas (Republicanos) como potencial candidato à presidência, acreditando que o governador de São Paulo teria mais chances de vencer a corrida eleitoral em direção ao Palácio do Planalto.
Políticos consultados pela Folha acreditam que uma possível candidatura de Tarcísio poderia unir partidos como PL, PP, Republicanos, União Brasil e PSD contra a reeleição de Lula (PT), enquanto Flávio enfrentaria dificuldades para costurar um apoio semelhante. Caso Flávio Bolsonaro decida concorrer à presidência, o centrão prevê um cenário de múltiplos candidatos na direita, citando os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR) como possíveis adversários.
Aliados de Tarcísio de Freitas afirmam que ele reluta em ingressar na disputa presidencial diante da competição com Lula e das disputas internas no campo bolsonarista. Sua participação na corrida eleitoral só seria considerada caso existisse uma unidade entre os apoiadores.



