Centro de Goiânia tem novo Restaurante do Bem

O Governo de Goiás, por meio do Goiás Social e da Organização da Voluntárias de Goiás (OVG), inaugurou, nesta terça-feira, 19, o novo Restaurante do Bem da região central de Goiânia. A unidade modelo fica na Avenida Araguaia, na esquina com a Rua 3, em substituição à que funcionava na Avenida Goiás, e foi aberta com a presença do governador Ronaldo Caiado e da primeira-dama e coordenadora do Goiás Social, Gracinha Caiado.

“Quem está longe de casa, precisa de uma alimentação, mas não tem condições de ter essa despesa, pode contar com o nosso restaurante”, disse o governador, que almoçou no local. “Houve um tempo em que se achava que o bem público, direcionado às pessoas mais vulneráveis, não precisava ter qualidade. Nós trouxemos o melhor para essas pessoas que buscam os serviços do governo”, complementou Gracinha.

Do lado de fora, a população fez fila para experimentar o cardápio, cuidadosamente elaborado por nutricionistas, e elogiou a comida. A aposentada Sônia Andrade, de 88 anos, afirmou que o almoço estava “maravilhoso, saboroso, nutritivo”.

Ela frequenta o Restaurante do Bem desde que o antigo foi inaugurado e atesta que o serviço tem melhorado a cada dia. “Está tudo muito bonito organizado e o pessoal que serve é alegre”, ressaltou.

Os investimentos do governo estadual na reforma do prédio somam mais de R$ 1 milhão. Desde 2019, foram mais de R$ 125 milhões destinados aos 15 restaurantes espalhados pelo estado.

“Aqui temos ar-condicionado, mesa de granito, equipamentos de inox, com tudo arrumado e asseado. Já são 15 restaurantes e vamos fazer mais cinco, porque quando não se rouba, o dinheiro aparece para o povo “, afirmou Caiado.

São mais de 40 mil refeições servidas na unidade todos os meses. O novo espaço conta com ambiente climatizado e de maior acessibilidade aos usuários, com rampas e sanitários para pessoas com deficiência (PcD). Todo mobiliário e os utensílios de cozinha são novos, bem como os materiais utilizados durante as refeições dos usuários. As cozinhas atendem às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Estamos inaugurando um local mais aconchegante, com adaptações, tudo novo, conforme o padrão de atendimento que o Governo de Goiás exige”, falou a diretora-geral da OVG, Adryanna Caiado, que destacou ainda a expectativa de atendimento diário de cerca de 2,1 mil pessoas durante o horário de funcionamento, de segunda a sexta-feira, das 10h30 às 14h.

“O Restaurante do Bem que estamos entregando hoje é o modelo que será aplicado em todas as unidades espalhadas pelo estado”, finalizou a diretora de Unidades Socioassistenciais da OVG, Roberta Wendorf de Carvalho.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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