Cerca 60% dos casos de perda de visão poderiam ter sido evitados com tratamento adequado

Ícaro Calafiori Dia Mundial da Visão

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 1 bilhão de pessoas com algum tipo de deficiência visual poderia ter evitado essa condição com um tratamento precoce adequado. Isso é equivalente a 60% dos casos totais. Entre os métodos de prevenção, um dos mais importantes é manter um acompanhamento constante com um oftalmologista.

Prevenção contra perda de visão

O Dia Mundial da Visão é celebrado anualmente na segunda quinta-feira de outubro. Neste ano, trata-se do dia 13 deste mês. A data teve instituição da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB), justamente para estimular as pessoas a prevenir doenças e promover a saúde ocular.

O oftalmologista Ícaro Calafiori é mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diretor clínico da Fundação Banco de Olhos de Goiás e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Em entrevista ao DE, o médico afirma que é necessário consultar com um oftalmologista pelo menos uma vez por ano.

No entanto, em casos mais graves, como glaucoma e catarata, a visita deve acontecer de seis em seis meses, ou até de três em três meses; depende de cada caso. Olhos com dor, vermelhos, com baixamento de visão são indicativos de que é preciso avaliar melhor a situação com um oftalmologista, além das consultas rotineiras de cada ano.

Mesmo assim, existem certos hábitos que cada pessoa pode fazer por si só a fim de evitar problemas de visão. “Uma boa qualidade de vida, uma alimentação equilibrada e atividades físicas podem ajudar na saúde dos olhos”, aconselha Ícaro. Parar o tabagismo também é uma importante medida para melhorar a saúde ocular.

Olhos nas telas e o perigo da coceira

Diariamente, todos estão expostos frequentemente a telas diversas. Segundo Ícaro Calafiori, o ideal é evitar períodos longos com o direcionamento da visão para computadores, celular e afins. Isso impede que a visão se degrade mais rapidamente.

“O excesso de visão de perto por horas ininterruptas pode causar um avanço da miopia, por exemplo. Além disso, a pessoa está ali prestando atenção no computador, no celular, no tablet, e acaba não piscando o olho com a frequência que deveria. Isso proporciona um olho mais seco”, explica.

Coçar os olhos é um outro fator perigoso capaz de danificar a saúde ocular. Pode aumentar problema de conjuntivite, causar algo prejudicial à córnea e também culminar em um grau de astigmatismo, sendo que a coceira é a principal causa dessa condição.

A alergia é o motivo central da coceira nos olhos. Porém, corpos estranhos que caíram e olhos secos também são fatores que influenciam. O mais recomendável, nesses casos, é ir ao oftalmologista para tratar as causas. “O ideal é não coçar os olhos, mas se estiver coçando muito, uma compressa de água gelada pode dar uma aliviada nessa coceira”, finaliza Ícaro.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp