Ceresp de Juiz de Fora ocupa 12ª posição entre os presídios mais lotados de Minas Gerais, revela ranking da ‘Desencarcera!’

Ranking mostra Ceresp de Juiz de Fora na 12ª posição como um dos presídios mais lotados de Minas Gerais

A informação foi divulgada nesta semana pela plataforma ‘Desencarcera!’, com base em relatos coletados no primeiro semestre de 2024. Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) destacou que a realidade de superlotação não se restringe apenas ao estado, mas é um problema que afeta todo o país. O balanço completo, que inclui outras unidades prisionais da região, revela a gravidade da situação.

Dezoito das 24 unidades prisionais da Zona da Mata e do Campo das Vertentes apresentam lotação acima da capacidade máxima, conforme os dados divulgados pela plataforma ‘Desencarcera!’. No período em que a pesquisa foi realizada, o Ceresp de Juiz de Fora comportava 332 detentos, no entanto, havia 1.177 presos no local, resultando em uma ocupação total de 355%.

O Ceresp de Juiz de Fora é o 12º presídio mais lotado de Minas Gerais, de acordo com o levantamento. Em seguida, estão os presídios de Rio Pomba (326%), Leopoldina (300%), Santos Dumont (298%) e Ubá (287%). A situação de superlotação se reflete em diversas unidades prisionais da região, como é possível conferir na lista abaixo.

Entre os presídios com ocupação superior a 100%, destacam-se o Presídio de Além Paraíba (139%), o Presídio de Carangola (167%), o Presídio de Viçosa (178%) e o Presídio de Muriaé (221%). Por outro lado, existem algumas unidades com ocupação inferior a 100%, como a Casa de Semiliberdade em Muriaé (66%) e a Apac São João del Rei (masculina) (86%).

A plataforma ‘Desencarcera!’ é uma iniciativa do Instituto DH: Promoção, Pesquisa e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania, em parceria com o Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos (LabTrab) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O relatório que reúne as denúncias foi elaborado pelo programa de extensão Culthis, espaço de atenção psicossocial às pessoas presas, sobreviventes do cárcere, familiares e amigos, vinculado ao LabTrab.

A Sejusp destacou que está investindo R$ 74 milhões em obras no sistema prisional de Minas Gerais, incluindo a Zona da Mata. No ano de 2024, foram realizadas 27 obras e intervenções, resultando na criação de cerca de 5 mil novas vagas. A Secretaria ressaltou que a plataforma ‘Desencarcera!’ não é considerada oficial, mas existem órgãos e instituições de fiscalização e monitoramento das políticas de custódia prisional, como o Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

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