Cerrado regista mais de 2,1 mil km² de área desmatada entre janeiro e abril de 2023

O Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), por meio do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgou dados que apontam que entre janeiro e abril deste ano, o desmatamento em Goiás cresceu aproximadamente 99 km². Considerando o território completo do Cerrado, no período, a área desmatada foi a maior dos últimos cinco anos, atingindo 2.133 km², representando um valor cerca de 14,5% maior que o registrado nos mesmos meses de 2022.

Mesmo diante da triste realidade, dias antes do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado anualmente no dia 5 de junho, deputados estaduais aprovaram um projeto de lei que altera as regras para a política florestal e de reservas em Goiás. O documento é de autoria do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (MDB) e de Wilde Cambão (PSD) e prevê a redução de exigências para a manutenção de remanescentes florestais em fazendas.

Apenas no mês de abril, os alertas de desmatamento são 31% maiores este ano, se comparado com 2022. Em nota, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) afirmou que o Deter faz um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração na cobertura vegetal do Cerrado, sendo considerado o principal instrumento de fiscalização e controle do desmatamento e degradação florestal realizado pelos órgãos ambientais.

Segundo a pasta, não é possível assegurar que esses números sejam definitivos devido à alta escala de análise e as nuvens. “Constituem importante ferramenta de planejamento e aprimoramento das ações para combater o desmatamento ilegal nesses biomas. Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima determinou rigorosa apuração dos alertas identificados pelo Deter, a fim de verificar se foram desmatamentos autorizados pelos Estados, visto que compete a eles emitir autorizações de supressão de vegetação nativa. O MMA determinou, ainda, a verificação das bases legais das autorizações emitidas, bem como a ação imediata do Ibama no sentido de autuar e embargar as áreas desmatadas sem autorização”.

Organizações

A WWF-Brasil apontou que o resultado em relação ao Cerrado é considerado alarmante, relembrando que nas últimas décadas o bioma perdeu mais de 50% da cobertura vegetal original. Vale ressaltar que o Cerrado é o principal responsável pela segurança hídrica do país, uma vez que abrange importantes bacias hidrográficas e os maiores reservatórios de abastecimento de água das grandes cidades.

“Só entre janeiro e abril, o Cerrado perdeu 2.133 km². Infelizmente, este número está num contexto de destruição contínua e crescente que já vem ocorrendo há muito tempo. Essa devastação já consumiu metade do bioma que é muito pressionado pelas atividades agrícolas”, afirma Edegar de Oliveira, diretor de Conservação e Restauração de ecossistemas do WWF-Brasil.

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Pesquisa aponta que 49% dos brasileiros acreditam em melhorias no país em 2025

Um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que 49% dos brasileiros acreditam que o país terá melhorias em 2025. O índice permanece estável em relação à pesquisa de outubro, mas registra uma queda de 10 pontos percentuais comparado a dezembro de 2023, quando o otimismo atingiu 59%.

A percepção de piora aumentou entre os entrevistados: 28% acreditam que o Brasil irá piorar em 2025, uma alta de cinco pontos em relação a outubro (23%) e de 11 pontos frente a dezembro do ano anterior (17%).

O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, 26, foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 5 e 9 de dezembro, com 2 mil participantes de todas as regiões do país.

Sobre o desempenho do Brasil em 2024, 66% dos entrevistados afirmaram que o país melhorou (40%) ou permaneceu igual (26%) em comparação a 2023. No entanto, essa soma representa uma queda de 13 pontos em relação a dezembro de 2023, quando 79% acreditavam que o cenário havia melhorado (49%) ou permanecido estável (30%).

A percepção de piora em 2024 alcançou 32% em dezembro, marcando um aumento significativo em relação aos 20% registrados no mesmo período do ano anterior.

Para Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, os resultados refletem um equilíbrio entre otimismo e cautela. “O ano teve aspectos positivos, como o aumento do emprego, mas foi marcado por fatores adversos, como seca, queimadas e notícias sobre alta da Selic, juros e inflação”, explicou Lavareda.

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