Seis meses após a morte do influenciador e empresário Ricardo Godoi, de 46 anos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu o uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos para a realização de tatuagens. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira (28).
De acordo com a resolução do CFM, a proibição vale para procedimentos de todos os tamanhos e em todas as regiões do corpo. A exceção é no caso de tatuagens indicadas por médicos para reconstrução de partes do corpo. Ricardo Godoi recebeu anestesia geral para fazer uma tatuagem nas costas. O médico que fez a aplicação responde a um processo judicial. A denúncia do MPSC foi aceita em 7 de julho.
O profissional foi denunciado por homicídio culposo. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), ele atuou com negligência ao não realizar consulta prévia ou exigir exames obrigatórios. O nome do anestesista não foi divulgado e o DE não conseguiu contato com a defesa. O MP detalhou que o médico, de 34 anos, conheceu o paciente apenas no momento do procedimento, o que violaria as normas técnicas do Conselho Regional de Medicina (CRM/SC).
Além disso, o anestesista não pediu exames como eletrocardiograma e radiografia de tórax, que são condutas recomendadas a pacientes com histórico de hipertensão e idade superior a 40 anos. O médico foi indiciado em maio. Na última sexta-feira (4), o MP chegou a oferecer uma proposta de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) ao profissional, que foi negada por ele. O acordo é uma ferramenta judicial onde o investigado confessa o crime e se compromete a cumprir condições estabelecidas pelo Ministério Público.
A causa da morte de Godoi foi parada cardiorrespiratória, conforme a própria declaração do hospital. O exame pericial no corpo do empresário e influenciador confirmou a suspeita de que ele tinha hipertrofia no coração (desenvolvimento excessivo do músculo do coração). Ele não chegou a fazer a tatuagem. A família afirmou à Polícia Civil que o empresário não usava as substâncias há cerca de cinco meses e que fez exames que indicaram aptidão ao procedimento.
O Hospital Dia Revitalite forneceu somente uma sala operatória e equipamentos. O hospital publicou uma nota em que expressa condolências à família de Godoi e esclarece que não teve participação no procedimento realizado. O estúdio de tatuagem também lamentou a morte do cliente e garantiu ter seguido todos os protocolos necessários para a segurança do procedimento. Infelizmente, Godoi teve uma parada cardiorrespiratória antes mesmo de começarem a tatuar.
Neste momento de dor, as autoridades competentes estão apurando todas as circunstâncias que levaram à morte de Godoi. Tanto o hospital quanto o estúdio de tatuagem afirmam colaborar com as investigações. A segurança e o bem-estar dos pacientes são prioridades para ambos os estabelecimentos. Enquanto isso, a proibição do uso de anestesia geral para tatuagens visa prevenir futuras tragédias como essa.