Chacina em zona rural de Leopoldo de Bulhões pode ter sido provocada por grupo de extermínio

O triplo homicídio e a tentativa de homicídio ocorrido na zona rural de Leopoldo de Bulhões, no 2 de fevereiro, pode ter sido provocada por um grupo de extermínio atuante na região, segundo a juíza responsável pelo caso, Nathália Arantes da Costa. Um documento obtido pelo Diário do Estado mostra que a juíza considerou que existem “indícios concretos” de que a chacina tenha ligação com o grupo.

O crime ocorreu no dia 2 de fevereiro em uma chácara de Leopoldo de Bulhões. Na ocasião, o caseiro Denismar Ricardo, de 49 anos, estava com a esposa Suzana Matos Vile, também de 49 anos. Na casa também estava a filha do casal, Jessica Vileforte de Paiva, de 29 anos. Todos foram mortos com disparos de armas de fogo. A única sobrevivente foi a namorada de Jessica, que se fingiu de morta e conseguiu fugir do local.

Suspeito

Ainda de acordo com os documentos, o ex-vigilante penitenciário temporário Thiago Tavares Pimentel, principal suspeito do crime, defendeu em depoimento a existência de um grupo de extermínio em Goiás, formado por policiais e que faria “justiça própria”. Embora Thiago negue que faça parte do bando, a juíza Nathália Arantes acredita que o suspeito esteja ligado ao suposto grupo.

A amante de Thiago, Luiza Nery Vieira Ricardo, de 39, também é acusada do triplo homicídio. Thiago ainda confessou que realizava serviços ilegais de escolta e captura de suspeitos, usando uma arma de fogo. Ele seria contratado por dois servidores do sistema prisional. Entretanto, ele não era mais vigilante penitenciário desde março de 2020.

Denúncia

Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás (MP), Thiago e a amante planejaram o assassinato do caseiro com meses de antecedência, já que há provas envolvendo mensagens e áudios de WhatsApp.

Para entender um pouco sobre a motivação, já que o caseiro que já foi casado com Luiza, mas se separaram em 2017, depois da mulher o acusá-lo de estuprar uma filha de um relacionamento anterior. Denismar sempre negou o crime e foi absolvido pela justiça. Além disso, no processo de divórcio, o caseiro ganhou na Justiça o direito de ficar com um carro que estava na posse de Luiza.

Documento aponta envolvimento de grupo em chacina / Foto: Tribunal de Justiça de Goiás

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp