Chacina no DF: polícia não descarta que pai e filho também sejam vítimas

Chacina no DF: polícia não descarta que pai e filho também sejam vítimas

As investigações da Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) apontam para uma possível reviravolta na chacina no Distrito Federal. Marcos Antônio Lopes de Oliveira e Thiago Gabriel Belchior, suspeitos de serem os mandantes do crime que culminou no assassinato de seis pessoas, podem também ser vítimas e estarem mortos junto a Cláudia, amante de Marcos, e a filha Ana Beatriz.

Entenda o caso da chacina

Em Paranoá, região administrativa do Distrito Federal, Horácio Carlos Ferreira foi preso e prestou depoimento à polícia. Suspeito de envolvimento no crime, ele contou a sua versão do que aconteceu.

Segundo ele, Marcos Antônio e o filho Thiago mandaram matar a cabeleireira Elizamar da Silva. A mulher era esposa de Thiago e nora de Marcos, e tinha três filhos: os gêmeos Rafael e Rafaela da Silva, de seis anos de idade, e Gabriel da Silva, de sete.

De acordo com a polícia, a motivação da chacina era uma quantia de dinheiro no valor de R$ 400 mil relativa à venda de um terreno de Renata Juliene Belchior, esposa de Marcos, além de R$ 100 mil de Elizamar. Marcos e Thiago, inclusive, teriam pagado um total de R$ 100 mil para Horácio, Gideon Batista de Menezes e Fabrício da Silva Canhedo, os outros suspeitos presos, cometerem o assassinato.

O plano original, ainda segundo Horácio, era de matar “apenas” Elizamar. Porém, tudo mudou quando a mulher chegou com os três filhos pequenos na casa de Marcos. Inicialmente, os responsáveis pelo crime amordaçaram as vítimas, mas depois mataram todas por asfixia. Posteriormente, queimaram os corpos em um carro em Cristalina, no Entorno do Distrito Federal.

Os autores da chacina também teriam mantido a esposa de Marcos, Renata, ao lado da filha, Gabriela, em cativeiro antes de matá-las. Policiais encontraram dois corpos do sexo feminino em um carro de Unaí, em Minas Gerais, e a suspeita é de que sejam Renata e Gabriela. Caso essa suspeita se confirme, assim como a identidade dos corpos do outro carro perto de Luziânia, o total de vítimas chega a seis.

Marcos e Thiago seguem desaparecidos, assim como Cláudia, amante de Marcos, e a filha Ana Beatriz. A suspeita é de que os quatro fugiram juntos, mas todos também podem ser vítimas.

O gráfico da chacina no DF (Foto: PC-GO)
O gráfico da chacina no DF (Foto: PC-GO)

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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