Nada, ou quase nada, acontece de um dia para o outro na realeza. Isso também se aplica à coroação do primogênito da Rainha Elizabeth II, agora chamado Rei Charles III. Embora já tenha assumido o trono com a morte da mãe, nesta quinta-feira, 8, os ritos e protocolos podem fazer o processo se arrastar por meses, ou mesmo um ano.
A agenda do rei já está lotada. Nos próximos nove dias ele cumpre uma série de eventos oficiais, incluindo visitas aos países que integram o Reino Unido, além do enterro da rainha. Por se tratar de uma das mais antigas e belas tradições inglesas, a coroação ocorre tempos depois da morte do monarca, o que, inclusive, garante o tempo necessário para organizar a cerimônia.
Charles III, conforme os costumes – quase imutáveis ao longo dos últimos mil anos – vai se comprometer em governar conforme a lei e a exercer a justiça com misericórdia. Essas promessas são simbolizadas pelas quatro espadas nas insígnias da coroação. O rei também se compromete em manter a Igreja Católica na Inglaterra.
Assim, o monarca é “ungido, abençoado e consagrado” pelo arcebispo de Cantuária, clérigo mais graduado da Igreja da Inglaterra, enquanto está sentado na cadeira do Rei Eduardo – feita em 1300 e usada por todos os soberanos desde 1626.
A seguir, o arcebispo coloca a Coroa de Santo Eduardo na cabeça do novo rei, recebe homenagens e então é celebrada a Sagrada Comunhão. O novo monarca é, então, apresentado pela primeira vez ao povo e aclamado pelas pessoas, encerrando a cerimônia com o juramento.