Charles assume o trono, mas a coroação é outra história

Nada, ou quase nada, acontece de um dia para o outro na realeza. Isso também se aplica à coroação do primogênito da Rainha Elizabeth II, agora chamado Rei Charles III. Embora já tenha assumido o trono com a morte da mãe, nesta quinta-feira, 8, os ritos e protocolos podem fazer o processo se arrastar por meses, ou mesmo um ano.

A agenda do rei já está lotada. Nos próximos nove dias ele cumpre uma série de eventos oficiais, incluindo visitas aos países que integram o Reino Unido, além do enterro da rainha. Por se tratar de uma das mais antigas e belas tradições inglesas, a coroação ocorre tempos depois da morte do monarca, o que, inclusive, garante o tempo necessário para organizar a cerimônia.

Charles III, conforme os costumes – quase imutáveis ao longo dos últimos mil anos – vai se comprometer em governar conforme a lei e a exercer a justiça com misericórdia. Essas promessas são simbolizadas pelas quatro espadas nas insígnias da coroação. O rei também se compromete em manter a Igreja Católica na Inglaterra.

Assim, o monarca é “ungido, abençoado e consagrado” pelo arcebispo de Cantuária, clérigo mais graduado da Igreja da Inglaterra, enquanto está sentado na cadeira do Rei Eduardo – feita em 1300 e usada por todos os soberanos desde 1626.

A seguir, o arcebispo coloca a Coroa de Santo Eduardo na cabeça do novo rei, recebe homenagens e então é celebrada a Sagrada Comunhão. O novo monarca é, então, apresentado pela primeira vez ao povo e aclamado pelas pessoas, encerrando a cerimônia com o juramento.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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