Quem é ‘Mijão’, alvo de operação contra lavagem de dinheiro e principal chefe do
PCC foragido
Sérgio Luiz de Freitas Filho, também chamado de ‘Xixi’ ou ‘2X’, vive há mais de
10 anos em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Filho dele foi preso nesta
quinta.
Megaoperação contra o PCC em condomínios de luxo de Campinas, SP
Megaoperação contra o PCC em condomínios de luxo de Campinas, SP
Considerado o traficante mais procurado do Brasil,
Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, é alvo da operação deflagrada nesta
quinta-feira (30) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco) e pelo 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) em Campinas (SP).
Segundo o Ministério Público (MP), ele lidera um núcleo do Primeiro Comando da
Capital (PCC) responsável por lavagem de dinheiro e tráfico internacional de
drogas e teria articulado um plano para matar o promotor Amauri Silveira Filho
(relembre abaixo).
Mijão, também chamado de “Xixi” ou “2X”, vive há mais de dez anos em Santa Cruz
de La Sierra, na Bolívia. Documentos de investigações mostram que ele já morou
em pelo menos seis mansões, algumas com aluguel de até R$ 30 mil, usando a
identidade falsa de Sérgio Noronha Filho.
O filho dele foi preso na operação desta quinta.
Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como ‘Mijão’, é apontado pelo
Ministério Público como o principal nome do PCC em liberdade — Foto:
Reprodução/TV Globo/Fantástico
TRAJETÓRIA NO CRIME
A trajetória de Sérgio no crime começou em Campinas, onde nasceu. Aos 14 anos,
conseguiu seu primeiro emprego em uma metalúrgica. Depois, tornou-se sócio de
uma pequena empresa de usinagem.
Em 2013, a Polícia Federal recebeu um alerta do DEA, o departamento antidrogas
dos Estados Unidos, sobre uma quadrilha atuando entre Brasil, Paraguai e
Bolívia. Sérgio já estava envolvido.
Naquele ano, ele foi flagrado em imagens exclusivas no Aeroporto de Viracopos,
em Campinas, embarcando para Corumbá (MS), com dois comparsas. De lá, o plano
era atravessar a fronteira e encontrar o maior fornecedor de cocaína boliviana
para o Brasil.
Mesmo foragido, Sérgio circulava livremente. Foi visto em um jogo da Ponte Preta
no Pacaembu, em São Paulo, durante a final da Copa Sul-Americana de 2013. Também
curtia praias no Guarujá e falava sobre compra de fuzis e lavagem de dinheiro
com táxis no aeroporto de Viracopos.
PLANO PARA MATAR PROMOTOR
Dois empresários de Campinas foram presos em agosto suspeitos de financiar um
plano do PCC para matar o promotor Amauri Silveira Filho, do Gaeco.
O mesmo plano também tinha como alvo um comandante da Polícia de São Paulo, que
não teve o nome divulgado.
Os presos são Maurício Silveira Zambaldi, dono da loja de motos Dragão Motors, e
José Ricardo Ramos, empresário de transportes. Segundo o MP, o plano envolvia a
busca por um atirador no Rio de Janeiro e o uso de uma caminhonete blindada com
uma metralhadora .50.
Um terceiro mandado de prisão chegou a ser expedido para “Mijão”. Ele foi
apontado pelas investigações como um dos principais articuladores do plano.
Investigações do Ministério Público de Campinas apontam que “Dragão” queria
matar o promotor Amauri Silveira Filho para recuperar o “prestígio” no meio
criminoso.
O empresário, apontado como responsável por utilizar a loja de motos para fazer
a lavagem de dinheiro para o PCC, teria sofrido prejuízos financeiros e
desmoralização após uma operação do MP nos imóveis dele, em fevereiro de 2025.
OPERAÇÃO DESTA QUINTA
A operação deflagrada nesta quinta-feira (30) mira um esquema de lavagem de
dinheiro ligado a dois dos traficantes mais procurados do Brasil: Mijão e Álvaro
Daniel Roberto, o “Caipira”.
Entre os alvos estão integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital
(PCC), empresários, agiotas e influenciadores digitais.
Durante o cumprimento dos mandados, houve confronto entre policiais e um dos
investigados. O suspeito morreu no local, e um policial militar foi baleado e
encaminhado ao Hospital de Clínicas da Unicamp, onde recebe atendimento médico.
Foram emitidos nove mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e
apreensão, além de outras medidas, incluindo o bloqueio de 12 imóveis de luxo e
de valores em contas bancárias.
As buscas são em condomínios de alto padrão de Campinas, como Alphaville,
Entreverdes, Jatibela e Swiss Park, entre outros. Os mandados também serão
cumpridos ao longo da manhã em Mogi Guaçu (SP) e Artur Nogueira (SP).




