Chefe de rede de ódio na internet é preso por promover violência extrema: detalhes do caso e ação da polícia

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Chefe de rede de ódio na internet ajudava na divulgação de conteúdo violento fora do Brasil, segundo a polícia. Um jovem de 24 anos, que se apresentava como ativista ambiental, era o principal articulador de um grupo que promovia violência extrema em um servidor do Discord. Esse grupo foi preso no domingo de Páscoa e apontado pela polícia como responsável por correntes de ódio na internet, principalmente contra negros, mulheres, adolescentes e animais. Bruce Vaz de Oliveira, Kayke Sant Anna Franco, Caio Nicholas Augusto Coelho e um adolescente de 17 anos foram detidos. Segundo a investigação, o grupo planejou a execução de um homem em situação de rua.

Bruce, conhecido como Jihad, administrava o servidor “466”, onde cenas de brutalidade contra animais eram transmitidas ao vivo e compartilhadas com outros usuários. Esse conteúdo era utilizado como ferramenta de aliciamento de adolescentes, segundo a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). Maria Luiza Armínio Machado, delegada responsável pela investigação, revelou que a agressão contra o morador de rua estava programada para o domingo de Páscoa e seria transmitida ao vivo pelo Discord. A operação que resultou nas prisões foi desencadeada a partir de informações do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça.

Bruce era considerado o cérebro do grupo, organizando transmissões, discutindo métodos de violência e coordenando as atividades da comunidade criminosa. Caio Nicholas, conhecido como Sync, era o coadministrador do servidor e responsável por aliciar adolescentes e inseri-los no grupo. Já Kayke, apelidado de Fearless, atuava na moderação, instigação dos membros, incentivo à automutilação, planejamento de ataques físicos e desafios de violência entre os usuários.

A polícia descobriu que o grupo utilizava linguagem cifrada, memes e códigos visuais para esconder suas práticas, além de evitar a detecção pelos moderadores da plataforma. Relatórios técnicos do Ministério da Justiça foram fundamentais na coleta de evidências. Os acusados responderão por associação criminosa, incitação ao crime, maus-tratos agravados, corrupção de menores, indução ao suicídio e crimes de intolerância racial. Computadores e celulares foram apreendidos e serão periciados, e novos indiciamentos não são descartados.

O Discord afirmou, em nota, que possui políticas rígidas contra atividades que promovem discurso de ódio, incitação à violência e compartilhamento de conteúdo nocivo. A prisão desses indivíduos é um importante marco no combate ao ódio na internet e na proteção dos usuários vulneráveis dessa plataforma. Este caso ressalta a importância da vigilância online e da colaboração entre autoridades e empresas para garantir um ambiente virtual seguro e livre de violência.

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