Chefe do Estado-Maior espanhol renuncia após ser acusado de furar fila da vacina

Neste sábado, 23, o chefe do Estado-Maior espanhol, general Miguel Ángel Villarroya, 63, apresentou sua renúncia depois de ser acusado de receber a vacina contra o coronavírus antes dos grupos prioritários, conforme a cúpula militar anunciou em um comunicado.

Os critérios de acesso estabelecidos pelo Ministério da Saúde estão privilegiando os profissionais de saúde e idosos em casas de repouso na Espanha.

“Com o objetivo de preservar a imagem das Forças Armadas, o general Villarroya apresentou neste sábado, à ministra da Defesa, seu pedido de demissão”, declarou o Estado-Maior em um comunicado.

A saída é a primeira renúncia de alto escalão na Espanha desde o começo da pandemia que causou mais de 55 mil mortes.

O aconteceu um dia após o ministro da Defesa delegar ao próprio general Villarroya um informe sobre vários membros de liderança militar que se vacinaram. No início da pandemia, Villarroya representou os militares em coletivas com a imprensa em que relatava o trabalho das equipes limpando casas de repouso e enfermarias.

Outros líderes militares também foram acusados de se vacinarem indevidamente. O general da Aeronáutica Villarroya renunciou e afirmou que nunca teve a intenção de “tirar proveito de privilégios injustificáveis”.
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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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