Homem que chefiava ‘tribunal do crime’ do PCC é preso em Foz do Iguaçu, diz MP
Reginaldo Soares Dias cumpria pena em regime semiaberto e teve regressão para o
regime fechado após decisão judicial que fixou pena definitiva de seis anos e
nove meses de reclusão.
Reginaldo está preso na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu. — Foto:
Reprodução/ Rede Sociais
O Ministério Público do Paraná (MPPR) prendeu na quarta-feira (1) Reginaldo
Soares Dias, conhecido como “Max”, apontado como chefe do “tribunal do crime” da
facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no oeste do Paraná. Segundo o
MPPR, ele era o responsável pela avaliação das condutas praticadas pelos outros
integrantes da facção, repassando as informações ao alto escalão do grupo.
Reginaldo cumpria pena em regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica,
por duas condenações anteriores relacionadas à organização criminosa.
A Justiça do Paraná determinou a regressão do regime para o fechado após o
aumento da pena de quatro para seis anos, a partir de um recurso apresentado
pelo Ministério Público.
A prisão foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco) em Foz do Iguaçu.
As investigações indicam que, mesmo após as condenações, Reginaldo continuou
atuando na facção. O Gaeco apura que o homem tem vínculo com o PCC desde 2006 e
ocupa funções de chefia, sendo o responsável por apurar se a atuação de outros
membros estava de acordo com as regras internas da facção, além de comandar a
chamada “coluna sul” da organização.
Segundo o Ministério Público, o homem atuava como uma espécie de “mensageiro”
dentro do PCC, sendo responsável por repassar as ordens do comando da facção
para os integrantes que atuam em Foz do Iguaçu, especialmente em casos de
punições internas.
O cargo de “geral da coluna sul”, também desempenhado por ele, seria a
denominação para o responsável pelas decisões disciplinares e pela organização
das planilhas da facção na região Sul do país, segundo o Ministério Público.
Leandro Maio Betine, advogado de defesa de Reginaldo, informou ao DE que o
sentenciado estava em liberdade condicional com tornozeleira eletrônica no
momento da prisão. Segundo ele, o direito à liberdade será solicitado no segundo
semestre de 2026.
Em 2015, Reginaldo foi alvo da Operação Alexandria, que desarticulou núcleos de
organizações criminosas dentro e fora de presídios do Paraná. Na ocasião, quase
800 pessoas foram denunciadas e presas.
Nesse processo, o investigado foi condenado pela 8ª Vara Criminal de Curitiba a
mais de nove anos de prisão, e em outro processo, na 3ª Vara Criminal de Foz do
Iguaçu, a mais de seis anos.
Atualmente, ele cumpre pena na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu.