Chespirito no Brasil: visita única no Paraná antes de virar ícone com ‘Chaves’

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Antes de conquistar o Brasil com ‘Chaves’, Chespirito fez visita única ao país no Paraná e não voltou mais

Roberto Gómez Bolaños visitou Foz do Iguaçu em 1981, após uma apresentação no Paraguai. Seriado Chaves, que chegou ao Brasil em 1984, rodou em mais 20 países da América Latina.

Antes de conquistar o Brasil com ‘Chaves’, Chespirito fez visita única ao país no Paraná

Antes de conquistar o Brasil com ‘Chaves’, Chespirito fez visita única ao país no Paraná

Criador de personagens inesquecíveis como Chaves e Chapolin, o ator e roteirista mexicano Roberto Gómez Bolaños esteve no Brasil uma única vez durante os seus 60 anos de carreira — e essa visita aconteceu em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

O episódio foi registrado pelo próprio artista, também conhecido como Chespirito, em sua autobiografia. Fãs e pessoas próximas ao elenco do seriado também guardam memórias da viagem.

A passagem pelo Brasil aconteceu em 1981, quando os integrantes do seriado Chaves realizavam uma turnê pela América do Sul. À época, a visita passou quase despercebida, uma vez que o seriado era televisionado em alguns países da América Latina, mas não havia chegado ao Brasil. Foi só em 1984 que a produção teve os direitos de exibição adquiridos pelo SBT.

Na visita, o elenco se apresentou em Ciudad del Este, no Paraguai, e, por sugestão dos organizadores, se hospedou no lado brasileiro da fronteira, onde Chespirito se impressionou com o espetáculo natural. Justamente em Foz do Iguaçu, cidade vizinha às imponentes Cataratas do Iguaçu. No dia seguinte foram ver as Cataratas, as maiores do mundo (em largura) e talvez as mais bonitas.

Além das Cataratas, Chespirito também conheceu a Usina Hidrelétrica de Itaipu, antes de ser inaugurada. “Não menos belo, é outro espetáculo muito próximo do anterior, só que esse não é produto da Mãe Natureza, mas do homem, aquela entidade maravilhosa que conseguiu até modificar a própria natureza”, descreveu na autobiografia. No livro, ele relatou, também, que seu grupo teve acesso especial à construção e até cruzaram o leito do reservatório de jipe.

ENCONTRO HISTÓRICO, MAS SILENCIOSO

A visita de Chespirito ao Brasil, embora breve e praticamente invisível para o público da época, permanece como uma relíquia emocional para os fãs brasileiros. O registro do próprio Bolaños, combinado com os relatos de pesquisadores e familiares do elenco, ajuda a preservar a memória da visita.

Imagens raras da passagem da turma do Chaves por Foz do Iguaçu também foram guardadas pelo mexicano Guillermo Cárdenas Júnior, filho de Guillermo Cárdenas, que trabalhou diretamente com Chespirito e integrou o elenco da série como figurante.

FENÔMENO NO BRASIL, CHESPIRITO NÃO VOLTOU MAIS AO PAÍS

Segundo os fãs Renan Garcia e James Revolti, Chespirito teve outras oportunidades para visitar o Brasil, mas nenhuma acabou dando certo. “Teve um anúncio de show no começo dos anos 1990, depois rolou quando ele fez o Diário do Chaves, que ele falou que queria promover no Brasil… Mas não veio. Depois ele fez uma peça de teatro chamada ’11 y 12′, que foi muito grande lá no México e eles falaram que estavam com datas, mas não vieram. Isso foi muito triste, sabe? Fica ainda um gostinho amargo, não dá para negar”, disse Renan.

Após a fama, segundo James, Chespirito só não passou por dois países da América Latina: Brasil e Cuba. “Brasil por causa da questão do idioma, né? Já que o programa era produzido em espanhol, então era mais fácil exportar para todos os países que falavam espanhol”, disse.

Roberto Gómez Bolaños, criador de personagens como Chaves e Chapolin, marcou gerações com suas frases antológicas e seu humor icônico, falecendo em novembro de 2014 aos 85 anos. Seu legado permanece vivo na memória de milhões de fãs ao redor do mundo.

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