A China fez um apelo ao Camboja para resistir ao protecionismo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Como um dos maiores exportadores de roupas e calçados para os EUA, o Camboja foi atingido por uma tarifa de 49%, uma das mais altas do mundo. Essas tarifas, consideradas “recíprocas”, foram suspensas até julho para a maioria dos países, mas não para a China, que enfrenta tarifas combinadas de 145%.
Durante sua visita a Phnom Penh, o presidente Xi Jinping pediu ao Camboja que se oponha ao protecionismo e ao hegemonismo. Em um artigo publicado na mídia cambojana, Xi reforçou a importância de resistir a essas práticas, que ameaçam as economias dos dois países. A China é um importante parceiro do Camboja, com investimentos bilionários em projetos de infraestrutura.
Phnom Penh recebeu Xi com entusiasmo, com a população ao longo da estrada agitando bandeiras chinesas em apoio ao líder. No entanto, a relação entre os dois países vai além do aspecto simbólico, com a China prometendo continuar a apoiar o desenvolvimento do Camboja. Apesar disso, Xi não mencionou nenhum novo projeto específico durante sua visita.
Os planos de infraestrutura entre China e Camboja incluem um canal de 180 km que desviaria água do Rio Mekong para a costa no Golfo da Tailândia. Embora o governo cambojano afirme que a China financiará o projeto, até o momento não houve um compromisso público por parte de Pequim. Essa falta de compromisso financeiro reflete uma redução nos investimentos chineses no Camboja no último ano.
Além disso, a visita de Xi ao Camboja foi vista como uma forma de fortalecer os laços entre os dois países em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos. Enquanto o presidente chinês reforça a amizade entre China e Camboja, também há um apelo para que o país asiático combata as fraudes on-line. Os desafios geopolíticos e econômicos moldam a relação entre essas nações, que buscam encontrar um equilíbrio entre cooperação e interesses próprios.