Chinesa albina abandonada bebê vira modelo capa da Vogue

A modelo de apenas 16 anos, Xueli Abbing foi abandonada na porta de um orfanato ainda bebê. Isso aconteceu pois na China o albinismo, sua condição genética, é visto por algumas pessoas como uma maldição. A ausência de melanina torna a pele e o cabelo de Xueli muito claros e sensíveis à luz solar.

No entanto, sua aparência incomum apareceu nas páginas da “Vogue” e liderou campanhas para designers famosos. A modelo relatou a sua história à jornalista da BBC Jennifer Meierhans:

A equipe do orfanato a nomeou de Xue Li. Xue significa neve e Li significa bela. A garota foi adotada com três anos e morou com a mãe e a irmã na Holanda. “Minha mãe disse que não conseguia pensar em um nome mais perfeito e achou importante manter uma referência às minhas raízes chinesas.”

‘Na época em que nasci na China, o governo impôs a política de filho único para as famílias. Era muito azar se você tivesse um filho com albinismo. Algumas crianças, como eu, foram abandonadas, outras ficavam trancadas ou, se iam à escola, seus cabelos eram pintados de preto.’

A modelo afirma que os não deixaram nenhuma informação, então ela não sabe quando é seu aniversário. “Cerca de um ano atrás, eu fiz um raio-X da minha mão para ter uma ideia mais precisa da idade e os médicos avaliaram que eu tinha em torno de 15 anos.”

Ela começou a modelar aos 11 anos para uma designer que era de Hong Kong. Após isso, ela foi convidada para uma sessão de fotos com o fotógrafo Brock Elbank, em seu estúdio em Londres. Após publicar a foto em seu Instagram, a agência de modelos Zebedee Talent a convidou para fazer parte da missão de fazer com que pessoas com deficiências ou com diferenças sejam representadas na indústria da moda.

Em junho de 2019 uma de suas fotos estava presente na Vogue Itália, que teve Lana del Rey. “Na moda, parecer diferente é uma bênção, não uma maldição, e isso me dá uma plataforma para aumentar a conscientização sobre o albinismo.”

Devido ao albinismo, Xueli tem apenas 8 a 10% de visão e não consegue olhar diretamente para a luz. “Às vezes, se está muito claro durante uma sessão de fotos, eu pergunto “posso fechar meus olhos ou você pode tornar a luz mais suave?” Ou direi “OK, você pode fazer três fotos com meus olhos abertos com o flash e nada mais.”

“No início, eles podem pensar que é difícil, mas quando tiram a primeira foto, eles ficam tipo “Uau” e ficam muito felizes com os resultados. Minha agente diz aos clientes “se você não pode lidar com isso, você não pode trabalhar com Xueli.” É importante para eles que eu me sinta confortável.”

Foto: @LUXVISUALSTORYTELLERS

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp