Ciberataques em larga escala atingem empresas no mundo e afetam Brasil

Empresas de ao menos 74 países, incluindo o Brasil, foram alvos de ciberataques em “larga escala” nesta sexta-feira (12), segundo a empresa de segurança russa Kaspersky Lab. Os ataques afetaram hospitais públicos na Inglaterra.

Representantes de hospitais afetados na Inglaterra relataram que cancelaram atendimentos e redirecionaram ambulâncias para outras unidades

No Brasil, ataques levaram empresas e órgãos públicos a tirarem sites do ar como “medida de prevenção”.
Ataques usam vírus de resgate (“ransomware”), que inutilizam o sistema ou seus dados, até que seja paga uma quantia em dinheiro. Segundo a Kaspersky, o vírus se espalha por meio de uma brecha no Windows.

“The New York Times” diz que ação pode ter usado ferramenta roubada da NSA, a agência de segurança nacional dos EUA.

Vírus de resgate

Os ataques usam vírus de resgate (ou “ransomware”), que inutilizam o sistema ou seus dados, até que seja paga uma quantia em dinheiro – entre US$ 300 e US$ 600 em Bitcoins, diz a Kaspersky. Ou seja, eles “sequestram” os dados e pedem uma recompensa.

A empresa detectou 45 mil ataques, em relatório divulgado na tarde desta sexta-feira. A maior parte foi registrada na Rússia.

No Brasil, os ciberataques levaram várias empresas e órgãos públicos a tiraram sites do ar:

– Petrobras
– Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo o Brasil
– Tribunal da Justiça de São Paulo, Sergipe e Rio Grande do Norte
– Ministério Público de São Paulo

No Brasil

O INSS divulgou um comunicado a todas as agências do Brasil dizendo que os “microcomputadores devem ser desconectados da rede. Aqueles microcomputadores que sofreram ataque – os que tiverem tela vermelha – devem ser separados e mantidos desligados.” Também foram desligados todos os servidores da Dataprev.

O atendimento do INSS está suspenso, inclusive na Central 135. “Os segurados devem ser informados do ocorrido e orientados a retornar nos próximos dias úteis”, diz o comunicado (leia).

“Os técnicos da Dataprev e do INSS estão atuando para solucionar o problema no menor prazo possível. Tão logo haja segurança necessária os serviços serão restabelecidos”, diz a nota.

A superintendência regional da PF informou que acionou o serviço de inteliência para verificar extensão do problema.

A Petrobras divulgou comunicado dizendo que, “ao tomar conhecimento de um vírus global, a empresa adotou medidas preventivas para garantir a integridade da rede e seus dados.”

O Judiciário estadual de SP admitiu que computadores da instituição foram infectados, o que motivou “o desligamento de todas as máquinas” do órgão em todo o estado. Em Sergipe e Rio Grande do Norte, os computadores também foram desligados.

Após ciberataque à Telefônica na Espanha, a Vivo no Brasil orientou funcionários a não acessarem a rede corporativa da empresa no Brasil – a medida foi direcionada para os escritórios da empresa, sem afetar os usuários dos serviços da Vivo.

Fonte: G1

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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