Ciclista Filipe Ferreira diz estar com medo de sair na rua

O ciclista Filipe Ferreira Oliveira, de 28 anos, que foi abordado pela Polícia Militar durante manobras no parque, que afirma ter saído da cidade após ser intimidado por outros agentes. Um vídeo mostra um soldado saindo do carro e filmando-o com seu celular, perguntando se ele precisa de algo.

Foi após a gravação do vídeo na última terça-feira (29), por questões de segurança, os ciclistas decidiram partir da Cidade Ocidental no Distrito Federal. O Ministério de Relações Públicas do Estado de Goiás informou que foi informado do caso e está investigando a situação. “Espero que seja feita justiça”, disse o motociclista. Em filmagens publicada no seu canal na internet, Filipe disse que, após a primeira denúncia foi intimidado pela polícia. Ele registrou a aproximação do uma viatura e começa a andar. Um dos militares desce e também começa a registrar a situação com o celular.

O soldado que está na filmagem ordena que Filipe pare. O ciclista afirma que os policiais passaram acenando e o ameaçando. Em seguida, o polícial questiona: “Você estava olhando e filmando. Você está precisando da Polícia Militar? Qual foi a ameaça?”. Filipe, então, grava os nomes dos militares nas fardas e também a placa do carro. Momentos depois, em casa, fez um desabafo.

“Toda vez que eu saio para andar, dar um rolê de bike, acontece isso comigo. Viaturas encarando, acionando sirene, fazendo coisas sempre para me intimidar, para que eu fale alguma coisa que tire minha razão, me desestabilize. Eu estou agindo sempre com muita cautela, tentando filmar tudo para que eu esteja resguardado”, disse.

https://youtu.be/sBXrkpmhLbU

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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