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Ciclo menstrual mais curto desencadeia menopausa precoce

Última atualização 03/09/2022 | 15:28

A tranquilidade de menos dias menstruada pode ser um sinal de alerta para as mulheres. Um estudo feito com 600 mulheres em Ohio, nos Estados Unidos, apontou a relação entre ciclos menstruais com menos de 25 dias e sintomas de menopausa mais intensos e precoces. Além de maior desconforto com ondas de calor, depressão e alterações no sono, a antecipação do fim do período reprodutivo aumenta o risco de algumas doenças comuns à menopausa. Um ciclo menstrual considerado normal dura entre 30 e 36 dias. 

Para o médico integrante da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO), Ricardo Mendonça, outros trabalhos científicos chegaram à mesma conclusão. A explicação seria a liberação em quantidade elevada do hormônio folículo-estimulante (FSH), responsável por ajudar no crescimento de folículos ovarianos, que promovem a ovulação. Esse processo natural ocorrendo antecipadamente e em excesso para compensar menos folículos ovarianos compromete o período reprodutivo por se tornar mais curto em relação a uma mulher com ciclos menstruais normais.

“Antes de nascer, a mulher já tem um número limitado de óvulos nos dois ovários. Hoje se sabe que os efeitos da menopausa têm início cerca de 15 anos antes dessa fase, ou seja, uma mulher ‘normal’ de 51 anos entraria nesse processo aos 36, enquanto as que têm ciclos mais curtos bem antes disso. Nesse caso, o fim do período ideal para ela engravidar ocorre antes das demais e altera o que chamamos de marcador de qualidade de envelhecimento”, explica.

O ginecologista exemplifica a situação como uma menina tendo menopausa aos 40 anos, no auge da vida sexual, embora a média etária seja entre 45 e 55 anos. As consequências são sérias, como a chamada síndrome urogenital intensa (ressecamento da vagina) e maiores chances de doenças cardiovasculares bem antes do esperado pelos cientistas. De acordo com Mendonça, o pós-menopausa, conhecido como climatério entre os 40 e 75 anos, costuma estar associado à aterosclerose , infarto e derrames.

“Não há o que ser feito como prevenção a não ser identificar essa paciente e a orientar sobre a menopausa precoce, os efeitos decorrentes, como necessidade de manutenção de massa óssea, de peso corporal, de atividade física, de controle de doenças crônicas, de exames preventivos e alimentação saudável. Importante ressaltar que não se trata do fim da vida da mulher, mas do encerramento da capacidade reprodutiva dela”, frisa.