O ciclone extratropical que atingiu Santa Catarina, no Sul do Brasil, causou a morte de 596 pinguins no litoral do estado desde terça-feira, 9. A informação é do Projeto Monitoramento de Praia da Bacia de Santos (PMP-BS) , órgão especializado no atendimento veterinário a animais marinhos.
Segundo o biólogo marinho e coordenador do PMP-BS em Santa Catarina e no Paraná, André Barreto, o surgimento de animais nas praias são em decorrência aos fortes ventos do ciclone, que atingi o oceano e os transportam até à terra. Geralmente os que mais aparecem no litoral são aqueles debilitados ou que apresentam decomposição avançada.
Desde terça até sexta-feira, 12, já foram encontrados 622 animais marinhos à beira da praia, sendo que apenas 24 sobreviveram. Além dos pinguins, espécies como gaivotas, fragatas e tartarugas também foram afetadas. A maior parte foi encontrada na ilha de Santa Catarina.
De acordo com André Barreto, os pinguins têm mais dificuldade em fugir das fortes ondas porque, ao contrário de outras naves, não consegue voar. Como a espécie consegue respirar fora da água, eles acabam se afogando no mar revolto.
As rajadas de vento do ciclone extratropical marcaram mais de 100 km/h em algumas regiões catarinenses, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
Sobre a espécie de pinguins
O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) tem presença frequente no litoral catarinense no inverno e vem à costa brasileira em busca de alimento. A ave pode ser vista, geralmente, entre junho e setembro.
Essa espécie vive em bandos e tem asas que se adaptaram para promover o impulso através da água. Quando jovens, eles possuem uma coloração de penas mais acinzentadas. Quando mais velhos é que ganham plumagem característica, com tons pretos e brancos.
Essa espécie vem da Patagônia, no sul da Argentina, em busca de comida e podem atingir a velocidade de 25 km/h enquanto nadam.