Cidades do Rio de Janeiro sofrem com temporais e mortes

Atualizada às 16h50

Mais uma vez o estado do Rio de Janeiro enfrenta tragédia provocada pelos temporais. Há pouco mais de uma vez foi Petrópolis, agora, a região atingida é o litoral fluminense, castigado desde a noite da última quinta-feira (31). Pelo menos oito pessoas morreram até a manhã deste sábado (2).

Foram sete vítimas em Paraty, na chamada Costa Verde Fluminense, uma em Mesquita, na Baixada Fluminense, e outras duas em Angra dos Reis, uma criança e um adolescente. Outras 13 pessoas estão desaparecidas após deslizamento provocado pelos temporais. O Corpo de Bombeiros realiza buscas no Bairro Monsuaba, onde quatro casas foram atingidas na madruga deste sábado (2). O Corpo de Bombeiros informou que cinco pessoas foram resgatadas com vida e levadas ao Hospital da Japuíba.

Apenas nas últimas 48 horas, a cidade registrou o volume de chuva equivalente a 655 mm no continente, e 592 mm na Ilha Grande. Esses índices são recordes, jamais haviam sido registrados anteriormente. A Defesa Civil explicou que as 28 sirenes do sistema de alerta das áreas de risco soaram na madrugada alertando moradores sobre possíveis deslizamentos e alagamentos.

Em Mesquita, na Baixada Fluminense, Daniel Ribeiro, 38 anos, acabou morrendo ao receber choque elétrico em um poste ao tentar ajudar outra pessoa. Outros município da região também sofreram com as chuvas, mas não foram relatados casos de vítimas fatais.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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