Última atualização 18/10/2023 | 17:24
Um estudo publicado na edição de outubro da revista Cell Reports revelou que um fungo comum, conhecido por causar infecção vaginal, tem a capacidade de habitar o cérebro e potencialmente contribuir para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer.
Este fungo, denominado Candida albicans, é responsável pela candidíase e pode ser encontrado em várias partes do corpo humano, como a pele, a boca e o intestino. Quando a proliferação se desequilibra em relação às bactérias benéficas do corpo, isso pode resultar em infecções vaginais e outras condições de saúde.
De acordo com informações do jornal norte-americano New York Post, cientistas da Universidade Baylor, nos Estados Unidos, descobriram que a Candida albicans não apenas consegue penetrar no cérebro, mas também produz substâncias conhecidas como peptídeos, que frequentemente estão associadas à doen de Alzheimer.
“Nossa primeira pergunta foi: como a C. albicans entra no cérebro?. Descobrimos que o fungo produz enzimas chamadas proteases aspárticas, que quebram a barreira hematoencefálica, dando ao fungo acesso ao cérebro, onde causa danos”, explica o pesquisador Yifan Wu, um dos autores do estudo, citado pelo jornal.
Atualmente, especialistas acreditam que o Alzheimer resulta do acúmulo de peptídeos tóxicos no cérebro, levando à neurodegeneração. Esses peptídeos são naturalmente produzidos.
Segundo as informações do New York Post, esses peptídeos estimulam as células cerebrais a manter os níveis de fungos baixos, mas não eliminam totalmente a infecção fúngica.
No estudo mais recente, os pesquisadores descobriram que a Candida albicans, que já havia sido identificada no cérebro de pessoas com Alzheimer e outras demências, é capaz de produzir os mesmos peptídeos prejudiciais.
Os cientistas enfatizam que são necessárias pesquisas adicionais para avaliar o papel do fungo no desenvolvimento de distúrbios neurodegenerativos, o que poderia levar a abordagens terapêuticas inovadoras.