Cientistas australianos encontram objeto giratório na Via Láctea

Pesquisadores australianos descobriram um objeto estranho giratório na Via Láctea que dizem ser diferente de tudo o que os astrônomos já viram até hoje. O objeto libera uma enorme quantidade de radiação eletromagnética três vezes por hora. Um estudo sobre o assunto foi publico na revista Nature nesta quarta (26).

O objeto foi descoberto pelo estudante Tyrone O´Doherty, da Curtin University Honors, em uma região no interior da Austrália Ocidental. Ele usou um telescópio e uma nova técnica desenvolvida por ele.

A astrofísica Natasha Hurley-Walker, que liderou a equipe, explicou que o objeto aparecia e desaparecia ao longo de algumas horas durante as observações.

“Foi completamente inesperado. Foi meio assustador para um astrônomo porque não há nada conhecido no céu que faça isso”, disse em um comunicado.

O objeto foi observado liberando uma enorme explosão de energia por um minuto inteiro a cada 18 minutos. Objetos que pulsam energia no universo são frequentemente descoberto. Mas cientistas dizem que algo que ”fica ligado” por um minuto é muito incomum.

Ao revisar anos de dados, foi concluído pelos pesquisadores que o objeto está a cerca de quatro mil anos-luz da terra, é incrivelmente brilhante e tem um campo magnético extremamente forte.

Para os cientistas, o objeto pode ser uma estrela de nêutrons ou uma anã branca – núcleos de estrelas em colapso – com um campo magnético ultrapoderoso. A equipe de pesquisa agora está trabalhando para entender o que representa a descoberta.

“Mais detecções dirão aos astrônomos se este foi um evento único e raro ou uma vasta nova população que nunca havíamos notado antes”, disse Hurley-Walker.

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Sobrecarga de trabalho eleva risco de depressão entre mães cientistas

A porcentagem de mães cientistas com sintomas de depressão foi quase o dobro da verificada entre pais com a mesma carreira, segundo pesquisa apresentada como dissertação de mestrado em Ciências Biomédicas da Universidade Federal Fluminense. Entre as mães entrevistadas, 42% apresentaram sinais da doença, em comparação a 22% dos pais.

A pesquisadora Sarah Rocha Alves acredita que esse adoecimento está relacionado com a sobrecarga de trabalho doméstico e de cuidado.

“Historicamente, as mães têm assumido uma responsabilidade desproporcional na criação dos filhos, e os resultados da pesquisa confirmaram o que já era esperado”, avalia.

Dados complementares da pesquisa reforçam essa conclusão, ao mostrar, por exemplo, que a proporção de mães solo com sintomas foi cerca de 11 pontos percentuais maior do que a daquelas que dividem a criação dos filhos. A diferença foi semelhante entre as mães sem rede de apoio e as que contam com alguma ajuda. Além disso, quase 60% das mães de crianças com deficiência apresentaram alta probabilidade de ter depressão, assim como mais de 54% das mães negras.

De acordo com Sarah, os entrevistados responderam a um questionário chamado PHQ-9, amplamente utilizado para diagnosticar sintomas de depressão. A pesquisa foi realizada em março e junho de 2022, período de arrefecimento da pandemia da covid-19 no Brasil.

“Já estávamos no retorno parcial das atividades, mas essas mulheres ainda estavam sobrecarregadas, conciliando trabalho doméstico, cuidados das crianças e atividades acadêmicas, o que acabou sendo mais complicado para elas. Mas a pandemia só exacerbou o que já era esperado”, argumenta a pesquisadora.

Carreira

Além das consequências para a saúde mental, Sarah acredita que essa sobrecarga também impacta a carreira dessas pesquisadoras. “As mulheres são maioria na graduação e pós-graduação, mas a medida que elas vão avançando, têm uma limitação porque elas não têm políticas de apoio para serem aceitas e conquistarem cargos superiores”.

Levantamento do movimento Parent in Science estima que as mulheres vivenciam uma queda na produtividade que pode durar até 6 anos, após o nascimento dos filhos, o que não acontece com os homens que se tornam pais. Isso provoca um efeito conhecido como “teto de vidro”, que descreve a maior dificuldade que as mulheres têm de ascender em suas carreiras.

Por isso, a pesquisadora defende mudanças na cultura acadêmica e cita como bons exemplos uma iniciativa da própria Universidade Federal Fluminense, que dá créditos a pessoas com filhos nas suas seleções acadêmicas, e os editais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro exclusivo para cientistas mães. Ela também considera um avanço a lei sancionada em em julho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que prorroga o prazos de conclusão na educação superior para pessoas que tiverem filhos.

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