Uma pesquisa reveladora identificou uma adaptação curiosa do organismo feminino. O intestino fino delas tem 30 centímetros a mais de comprimento comparado ao dos homens. A diferença entre os sexos também considera a variação entre as pessoas independente desse critério. O estudo publicado da North Carolina State University (NCSU) no periódico Peerj apontou ainda como a dieta afeta esse órgão.
De acordo com os cientistas, o intestino mais extenso permite que as mulheres absorvam melhor os nutrientes. A condição seria crucial para o público feminino. “Essa descoberta apoia a hipótese da canalização, que sugere que as mulheres são mais capazes de sobreviver durante períodos de estresse”, destaca a bióloga e coautora do estudo, Amanda Hale.
O tipo e frequência da ingestão de alimentos saudáveis causa reflexo na morfologia do intestino. Nas pessoas com a dieta com menos ultraprocessados, por exemplo, a víscera é mais granulosa. O aspecto mais liso foi identificado no grupo com maior consumo de grãos, fibras, vegetais, frutas e hortaliças.
“Se você está falando com quatro pessoas diferentes, é provável que todas tenham vísceras distintas, em termos de tamanho relativo dos órgãos que compõem esse sistema”, esclarece a ecologista da NCSU, Erin McKenney. A descoberta deve favorecer a personalização da dieta para aumentar a absorção dos nutrientes dos alimentos.
Uma das causas do câncer de intestino é a alimentação pobre em fibras e rica em carnes vermelhas e carnes processadas. Um projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indica aumento de casos da doença no Brasil. A estimativa é de 45.630 novos casos entre 2023 e 2025.