Cineasta carioca desaparece em missão humanitária rumo a Gaza: Conheça Miguel Viveiros de Castro

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Saiba quem é o cineasta carioca que desapareceu em flotilha humanitária rumo a Gaza

Miguel Viveiros de Castro é conhecido por obras premiadas sobre movimentos sociais e causas humanitárias. A família denunciou o desaparecimento do cineasta após ataques de militares de Israel aos barcos que se dirigiam à Faixa de Gaza. O cineasta e ativista carioca está desaparecido desde quarta-feira (1º), após a interceptação da ‘Global Sumud Flotilla’ por forças navais israelenses. O grupo com mais de 40 embarcações participava de uma missão humanitária rumo à Faixa de Gaza. Miguel embarcou no barco Catalina levando alimentos e remédios à população palestina sitiada.

DOCUMENTARISTA E MILITANTE

Miguel Viveiros de Castro construiu sua carreira no cinema documental com foco em movimentos sociais, direitos humanos e causas ambientais. Seu primeiro destaque internacional veio com “Brad, Uma Noite Mais nas Barricadas”, um filme sobre o assassinato do videoativista Brad Will no México, durante a rebelião popular em Oaxaca, em 2006. Outro trabalho de impacto foi “Tornallom”, que retrata a resistência de uma comunidade rural em Valência, na Espanha, contra a especulação imobiliária. Em território brasileiro, Miguel dirigiu “Piauí Entocado”, sobre o trabalho da arqueóloga Niède Guidon na Serra da Capivara. Ele também é autor de “Em Busca da Caixa-Preta do Golpe de 64”, que resgatou memórias de militantes sindicais e revelou bastidores das lutas que antecederam a ditadura militar no Brasil.

DESAPARECIMENTO E DENÚNCIA

Desde a noite de quarta-feira, Miguel não fez mais contato com a família. A coordenação da flotilha afirma que o veleiro Catalina não aparece em nenhuma das listas oficiais de embarcações interceptadas, mas ele é considerado “possivelmente detido”. Os familiares rejeitaram o termo ‘possivelmente’ e exigem ação, denúncia e verdade. Eles cobram do governo brasileiro e de organismos internacionais a confirmação imediata do paradeiro de Miguel e o reconhecimento formal de seu desaparecimento. A família apresentou três exigências principais.

VÍDEO ANTES DE SUMIR

Horas antes de desaparecer durante a missão humanitária da ‘Global Sumud Flotilla’ rumo à Faixa de Gaza, o cineasta carioca Miguel Viveiros de Castro enviou à família um vídeo em que relatava tensão e medo diante da aproximação de embarcações israelenses. O vídeo foi gravado por volta das 23h da noite da última quarta-feira (1º), ao se aproximar da costa de Gaza. Na mesma noite, ele já havia registrado ataques com jatos de água contra os barcos da flotilha.

FAMÍLIA SENTE ORGULHO

Em entrevista exclusiva ao DE, Luiz Rodolfo Viveiros, o pai de Miguel, falou sobre o orgulho que sente do filho e sobre a angústia que cresce a cada hora sem notícias. Segundo ele, Miguel mantinha contato constante com a família desde o início da viagem, a cada dez minutos, como parte de um protocolo de segurança. A nota da família cita que havia 15 brasileiros que estavam na flotilha, e que 13 aparecem como sequestrados. “Dois não aparecem — e Miguel é um deles”, diz o texto.

GOVERNO BRASILEIRO CONDENA DETENÇÃO

O governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” a interceptação ilegal e a detenção arbitrária de embarcações da Flotilha Global Sumud por forças israelenses. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o Brasil exorta o governo israelense a liberar imediatamente os cidadãos brasileiros e demais defensores de direitos humanos detidos. O Itamaraty também destacou que a ação representa uma “grave violação ao direito internacional” e reiterou que operações humanitárias devem ser autorizadas e protegidas por todas as partes envolvidas em conflitos.

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