Cineasta carioca desaparece em missão humanitária rumo a Gaza em vídeo angustiante: família exige respostas

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Estão se aproximando’, diz cineasta carioca em último vídeo enviado à família antes de sumir com a flotilha rumo a Gaza

Miguel Viveiros de Castro relatou medo de novos ataques horas antes de desaparecer. Pai falou com exclusividade ao DE sobre orgulho pelo filho participar da missão humanitária e da angústia pela falta de informação nesse momento.

Veja último vídeo enviado por cineasta carioca à família antes desaparecer rumo a Gaza

Veja último vídeo enviado por cineasta carioca à família antes desaparecer rumo a Gaza

Horas antes de desaparecer durante a missão humanitária da ‘DE Sumud Flotilla’ rumo à Faixa de Gaza, o cineasta carioca Miguel Viveiros de Castro enviou à família um vídeo em que relatava tensão e medo diante da aproximação de embarcações israelenses.

> “Estão se aproximando, a qualquer momento a gente vai jogar os telefones na água. Então… tá começando”, disse Miguel, em tom de alerta.

O vídeo foi gravado por volta das 23h da noite da última quarta-feira (1º), ao se aproximar da costa de Gaza. Na mesma noite, ele já havia registrado ataques com jatos de água contra os barcos da flotilha.

Desde então, não houve mais contato. Miguel estava a bordo do barco Catalina, uma das 40 embarcações que levavam alimentos e remédios à população palestina sitiada.

Miguel Viveiros de Castro estava em missão humanitária rumo à Faixa de Gaza, quando a embarcação foi interceptada pelo governo israelense. — Foto: Reprodução redes sociais

A comunicação foi interrompida após o bloqueio das câmeras e rastreadores, e o paradeiro do cineasta segue desconhecido. A ausência de sinais levou a família a exigir que o desaparecimento seja formalmente reconhecido.

Em outro vídeo enviado à família no Brasil, esse gravado no período da tarde de quarta-feira, Miguel relatou o clima de tensão após ataques sofridos pela flotilha e alertou para a possibilidade de sequestro.

“Vai começar a noite daqui a pouco e vem o momento mais perigoso. Eu espero amanhã poder dar um novo informe dizendo que tá tudo bem, gravando nas praias de Gaza”, disse.

Miguel Viveiros gravou um último vídeo antes de sumir com a flotilha rumo a Gaza

Em entrevista exclusiva ao DE, Luiz Rodolfo Viveiros, o pai de Miguel, falou sobre o orgulho que sente do filho e sobre a angústia que cresce a cada hora sem notícias. Conhecido como Gaiola, ele relatou os momentos de aflição desde a perda de contato com o filho.

“Eu tenho uma sensação dividida: um enorme orgulho pelo meu filho desempenhar esse papel em uma causa humanitária e pacífica, mas, por outro lado, uma grande apreensão, ansiedade, angústia para saber onde ele está”, comentou Luís Rodolfo.

Segundo ele, Miguel mantinha contato constante com a família desde o início da viagem, a cada dez minutos, como parte de um protocolo de segurança.

Israel intercepta flotilha com ajuda humanitária para Gaza

A família de Miguel também está incomodada com a primeira informação que recebeu de Israel, depois que os integrantes da flotilha foram interceptados por militares do país. Segundo Luís, o barco de Miguel foi “possivelmente interceptado”. Para ele, essa dúvida é absurda.

O Catalina é o único barco que não está em nenhuma lista de interceptados. Possivelmente foi interceptado. O Miguel possivelmente está preso também. Não existe ‘possivelmente’. Ou foi ou não foi. Estamos cobrando isso”, comentou Luís.

Em nota pública, os familiares de Miguel Viveiros de Castro denunciaram o desaparecimento como um crime e exigiram respostas concretas.

“A incerteza é devastadora. É uma forma de sofrimento que destrói por dentro, que impede a família de respirar, que torna cada minuto uma tortura”, afirmam os familiares.

Ataque de Israel atinge edifício na Cidade de Gaza em 15 de setembro de 2025 — Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas

A nota da família cita que havia 15 brasileiros que estavam na Flotilla, e que 13 aparecem como sequestrados. “Dois não aparecem — e Miguel é um deles”, diz o texto.

O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, afirmou que acompanha com preocupação a detenção dos cidadãos e condenou a ação militar de Israel, classificando-a como uma violação dos direitos humanos e da liberdade de navegação em águas internacionais.

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