Circuito das Cavalhadas 2023 será o maior da história

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A encenação das Cavalhadas, considerada uma das manifestações populares mais tradicionais de Goiás, será realizada em 13 municípios neste ano. O calendário oficial foi divulgado nesta segunda-feira, 15, pelo governador Ronaldo Caiado, em solenidade que contou com a presença da presidente de honra da OVG e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), primeira-dama Gracinha Caiado, além de prefeitos, cavaleiros e organizadores.

 

As apresentações ocorrem entre os meses de maio e outubro, com investimento estadual de R$ 3 milhões. “Eu não acredito em um Estado que não cultive, não se orgulhe e não mostre a sua história para todas as gerações”, afirmou Caiado. O chefe do Executivo reforçou seu empenho em manter vivas as tradições, garantindo a retomada do evento em diversos municípios, como Luziânia. “Estamos resgatando cidades que ficaram muito anos sem viver as Cavalhadas”, complementou.

 

O governador também fez questão de dizer que possui um apreço pessoal pelas Cavalhadas. “Quem é que não gosta? Todos nós somos apaixonados. Por isso eu cultivo e não vou deixar com que desapareça”. Já o vice, Daniel Vilela, frisou que a ampliação do calendário é resultado de uma gestão “competente, menos burocrática e transparente”. “Antes tínhamos programas que não dispunham de recursos suficientes; eram, na verdade, apenas simbólicos”, lembrou.

 

As cidades de Santa Cruz de Goiás, Posse, Jaraguá, Pirenópolis realizarão o evento das Cavalhadas ainda neste mês de maio. Em Palmeiras de Goiás, Hidrolina, São Francisco de Goiás e Crixás, a festa será em junho. A apresentação em Santa Terezinha de Goiás será em julho. Já em Pilar de Goiás e Corumbá de Goiás, as batalhas ocorrem em setembro. A cidade de Goiás, primeira capital do estado, fecha o circuito no mês de outubro.

 

A novidade este ano é o ingresso de Luziânia, também no mês de junho. Conforme a prefeitura, o município tem registros ainda do século XVII, mas a tradição acabou se perdendo com o passar do tempo. Além das 13 cidades, Niquelândia e Silvania também receberão investimentos e ações de forma a se preparem para o circuito do ano que vem.

 

A secretária da Cultura, Yara Nunes, disse que uma Organização da Sociedade Civil (Osc) foi contratada para facilitar com a gestão dos recursos e atender demandas dos cavaleiros. “Neste final de semana já tivemos algumas atividades e estamos providenciando reparos nas roupas”, explicou.

 

Interiorização da cultura

 

O apoio às Cavalhadas é parte de uma política de interiorização da cultura promovida pelo Governo de Goiás, por meio da Secult. As apresentações receberam, entre 2019 e 2022, R$ 4,4 milhões em recursos do Estado para montagem de cenário, compra de vestimentas e divulgação, entre outras despesas. Este ano, a administração também bancou a obra de readequação do Cavalhódromo de Pirenópolis, no valor de R$ 78 mil.

 

Calendário – Circuito das Cavalhadas 2023

 

• Santa Cruz de Goiás – 27 a 28 de maio
• Posse – 27 a 28 de maio
• Jaraguá – 27 a 29 de maio
• Pirenópolis – 28 a 30 de maio
• Luziânia – 03 de junho
• Palmeiras de Goiás – 09 a 11 de junho
• Hidrolina – 09 a 11 de junho
• São Francisco de Goiás – 17 e 18 de junho
• Crixás – 24 e 25 de junho
• Santa Terezinha de Goiás (Cedrolina) – 15 e 16 de julho
• Pilar de Goiás – 09 e 10 de setembro
• Corumbá de Goiás – 07 a 09 de setembro
• Cidade de Goiás – 15 e 15 de outubro

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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