Médico punido por quebra de ética profissional já arrematou partida de pôquer com Neymar e discutiu com marido de Ivete Sangalo
Gabriel Almeida tem mais de 500 mil seguidores no Instagram. Conselho Regional de Medicina da Bahia diz que ele descumpriu Código de Ética, mas cirurgião-geral nega infrações.
O cirurgião-geral e influenciador Gabriel da Silva Almeida, punido pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), é famoso nas redes sociais. Ele possui mais de 570 mil seguidores no Instagram e já foi notícia por interações com famosos.
Em junho do ano passado, Almeida arrematou uma partida de pôquer com o jogador Neymar durante um leilão promovido pelo atleta. O lance feito pelo médico foi de R$ 450 mil.
Em setembro, o cirurgião protagonizou uma discussão com o nutricionista e também influenciador Daniel Cady, marido de Ivete Sangalo nas redes sociais. Na ocasião, Almeida disse que Cady precisava estudar antes de falar sobre o uso de remédios como Mounjaro e Ozempic para emagrecer. O nutricionista havia chamado atenção para os efeitos colaterais desses medicamentos ao defender estratégias naturais para a perda de peso. Ao rebater os comentários, o médico pontuou que a semaglutida, substância ativa do Ozempic, também é aprovada para tratamento de obesidade e sobrepeso.
Almeida é também conhecido pelos pacientes famosos. A dançarina Lore Improta e o cantor Leo Santana estão entre os nomes que ele já atendeu.
O cirurgião-geral e influenciador foi penalizado e exposto pelo Cremeb após o Tribunal Superior de Ética Médica reconhecer infrações ao Código de Ética da profissão. Ele nega as irregularidades. O aviso oficial da entidade foi divulgado na última segunda-feira (30), mas a decisão foi assinada pelo presidente Otávio Marambaia no dia 16 de junho. Conforme o aviso, o influenciador foi penalizado por quebrar os artigos 11, 21, 80 e 87 do Código de Ética Médica. Os artigos correspondem às sessões sobre responsabilidade profissional e documentos médicos.
Gabriel Almeida mantém uma clínica em Salvador, localizada no Edifício CEO Empresarial, na Avenida Tancredo Neves. O médico também possui pontos de atendimento em Feira de Santana, São Paulo e Petrolina.
Ao DE, o Cremeb-BA pontuou que o processo ético-profissional permanece em sigilo e as informações só podem ser acessadas pelas partes envolvidas. Ainda assim, a entidade destacou que a censura pública em publicação oficial é uma das punições previstas nos Conselhos de Medicina. As sanções são estabelecidas como forma de fazer com que o médico entenda o erro cometido e mude o seu comportamento, atendo-se àquilo que consta no Código de Ética Médica. Com relação à pena pública de advertência, essa significa que o dano possível de ser causado pela atitude que compromete o Código de Ética, na prática do profissional, precisa ser conhecido de toda sociedade, para que ela, inclusive, se resguarde”, pontuou o órgão.
Por meio de nota enviada ao DE, Gabriel Almeida afirmou que a penalidade em questão não está relacionada com queixas apresentadas pelos pacientes ou denúncias sobre sua conduta médica.Ele ressaltou que a sanção aplicada é injusta, pois seria decorrente da falsificação de sua assinatura. Gabriel Almeida divulgou um parecer técnico de uma pesquisa grafotécnica para apontar que teve a assinatura falsificada. Ele disse que nunca respondeu a processo judicial relacionado ao exercício da medicina e foi pego de surpresa com a divulgação da penalização. Ainda na nota, Almeida reiterou o compromisso com a ética, a legalidade e a medicina responsável, pontuando o respeito às instituições e à transparência. Ele contou que solicitou direito de resposta para provar que foi “condenado injustamente”.