Polícia responsabiliza cirurgião plástico e outros 12 médicos por causar lesões
em pacientes no RS
Leandro Fuchs, cirurgião plástico em Porto Alegre, foi indiciado em cinco
inquéritos e responde a outros 82 por lesões corporais graves em mulheres e
homens, além de 20 processos judiciais. Ele está afastado do hospital e Justiça
suspendeu o seu direito de realizar cirurgias.
Cirurgião plástico Leandro Fuchs, em foto no seu perfil no Instagram.
A Polícia Civil responsabilizou o cirurgião plástico Leandro Fuchs e outros 12
médicos, entre residentes e ex-residentes, por lesões causadas em pacientes em
Porto Alegre durante cirurgias. Ele atuava no Hospital Ernesto Dornelles,
em Porto Alegre, de onde está afastado desde janeiro deste ano. As identidades dos outros médicos não foram divulgados.
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Fuchs foi indiciado em cinco inquéritos por lesões corporais graves em mulheres
e homens, estelionato, crime contra o consumidor, concussão e associação
criminosa. Ele responde ainda a outros 82 inquéritos policiais e a mais de 20
processos judiciais.
Ao DE, o advogado de defesa de
Fuchs, Diego Marty, disse que “tem conhecimento dos indiciamentos e que vai
aguardar o posicionamento do Ministério Público”.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) também
foi contatado e deve se manifestar posteriormente.
De acordo com o delegado Ajaribe Rocha Pinto, titular da 10ª Delegacia de
Polícia de Porto Alegre (10ª DP), Fuchs colocava residentes, bem como médicos
recém-formados sem a devida qualificação, para realizar as cirurgias e se
ausentava das salas onde eram realizados os procedimentos para lidar com
questões pessoais. Isso seria feito sem o conhecimento dos pacientes, que
acreditavam que Fuchs seria o médico a fazer os procedimentos.
Oito mulheres ouvidas pelo de
RS contaram terem feito procedimentos com o profissional entre 2020 e 2023: são
histórias de procedimentos sendo realizados por médicos residentes, falta de
atenção e acolhimento durante a recuperação depois da cirurgia, sangramentos,
infecções, mutilações e deformações.
Conforme a Polícia Civil, Fuchs também teria cobrado “por fora” valores de
pacientes encaminhados via plano de saúde para realizar outros procedimentos.
Em fevereiro deste ano, a Justiça suspendeu o direito de Fuchs exercer a
medicina. Ele também foi proibido de sair de Porto Alegre e teve o passaporte apreendido,
além de ter sido determinado que ele não pudesse contatar ou se aproximar de vítimas. Em abril, ele obteve na Justiça o direito de voltar a clinicar, mas não
o de realizar cirurgias.
Assista abaixo a uma reportagem com denúncias das vítimas
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INVESTIGAÇÃO POLICIAL
De acordo com o delegado Ajaribe Rocha Pinto, o caso mais antigo teria acontecido
em 2019. O mais recente, 2023.
O médico nega as acusações. Segundo o IGP, “várias mulheres” já foram ao
Instituto Médico Legal (IML) “para realização de exame de corpo de delito”.
“A função do perito, nestes casos, é de registrar os achados do exame clínico e
analisar eventuais documentos médicos apresentados. Resultados estéticos ruins
dependem de muitos fatores difíceis de avaliar, cabendo a manifestação do
Conselho de Medicina (quanto à parte técnica) e da avaliação do Judiciário (que
pode entender como passível de gerar indenização)”, explicou o IGP.