Uma pesquisa do Instituto Locomotiva apontou que a renda das famílias da classe C está bastante comprometida. A alimentação é responsável por 33% dos rendimentos desse grupo que dispõe de R$ 5,2 mil e R$ 13 mil mensais. Esse grupo ainda enfrenta o endividamento (80%) e a inadimplência (33%). A queda do poder de compra e reflexo no orçamento também está sendo percebido em outras faixas socioeconômicas.
A classe C é formada majoritariamente por negros (60%), sendo metade das famílias com uma mulher à frente do lar e 52% delas com ensino médio incompleto. A população nessa categoria chega a 109 milhões de pessoas. A realidade tem exigido desses consumidores a avaliação do custo-benefício dos itens de alimentação em relação à qualidade e ao preço. Os vales refeição e alimentação correspondem de 3% a 8,5% dos gastos com comida.
“Quando o salário acaba e o mês não, a classe C que tem cartão de crédito vai no supermercado ou na farmácia e compra com o cartão de crédito para ganhar 20 dias para pagar. Há cinco anos, com 40% do valor de um salário mínimo dava para comprar uma cesta básica. Hoje, 59% do valor do salário mínimo dá para comprar uma cesta básica”, afirma ao o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles..
Para as famílias com rendimentos entre R$ 1,3 mil e R$ 5,2mil, classificadas como classes D e E, mais da metade do dinheiro recebido mensalmente (50,7%) é gasto com comida. A informação consta em um estudo encomendado pela empresa de benefícios VR. Para eles, os benefícios de vale-refeição e vale-alimentação custeiam até 33% dessas despesas.