Cliente que matou segurança de balada a tiros vai à júri popular no litoral de SP
Leony Lors Defeu é acusado de matar a tiros Gustavo Adolfo Lopes de Oliveira de Carvalho dentro do bar Estação Chopp, em Itanhaém (SP).
Gustavo Adolfo foi morto a tiros enquanto trabalhava como segurança de balada em Itanhaém (SP) – Foto: Redes sociais e reprodução
Leony Lors Defeu, o cliente que matou o segurança de uma balada com diversos tiros, irá a júri popular nesta quinta-feira (10), no Fórum de Itanhaém, no litoral de São Paulo. O crime ocorreu há mais de dois anos.
Ele foi preso pela equipe da Guarda Civil Municipal (GCM) momentos após a execução do segurança Gustavo Adolfo Lopes de Oliveira de Carvalho, de 33 anos, dentro do bar Estação Chopp, no Centro de Itanhaém. Imagens de câmeras de monitoramento flagraram o crime (veja abaixo).
Segurança morre após ser alvejado em porta de balada no litoral de SP
Leony foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pelo homicídio qualificado de Gustavo e tentativa de homicídio de uma outra cliente, que foi atingida por um dos disparos.
A Justiça acatou a denúncia e, em setembro do ano passado, o juiz Rafael Vieira Patara deferiu a pronúncia. Isso significa que ele irá a júri popular, pois a Justiça entendeu que há materialidade do crime e existência de indícios suficientes de autoria.
O advogado Alexander Neves Lopes representa a família da vítima e atuará como assistente de acusação no julgamento, que está previsto para 10h de quinta-feira (10) no Fórum de Itanhaém. Segundo ele, cerca de seis testemunhas devem prestar depoimento durante a audiência.
” A expectativa é que seja feita a Justiça […]. A família deixa bem claro que não tem a finalidade de nenhum tipo de vingança”, afirmou Lopes.
O DE não conseguiu contato com o advogado de Leony.
SEGUNDO ACUSADO
Rafael Rondi de Moraes, que ajudou Leony na fuga do crime, também foi denunciado pelo MP-SP, mas ele deverá ser julgado em outra audiência.
O CRIME
O bar Estação do Chopp promovia o evento ‘Noite dos Solteiros’ quando os suspeitos, Rafael e Leony, se envolveram em uma confusão no piso superior e deixaram o local.
Minutos depois, a dupla retornou ao estabelecimento, mas foi impedida de entrar pelo segurança Gustavo, já que a festa estava no fim. Na porta da balada, os dois iniciaram uma discussão com o funcionário.
Imagens de monitoramento mostram o momento em que Gustavo empurra Leony, que reage sacando uma arma e atirando contra o segurança, ainda na entrada do bar.
Homem que matou segurança na porta de balada no litoral de SP se envolveu em briga antes
Leony entrou no bar com uma latinha de bebida na mão e atirou outras várias vezes na direção do segurança, que já estava caído no chão. Em seguida, ele fugiu com Rafael em um carro cinza.
Além do segurança que morreu no local, uma mulher que estava por perto teve o pé atingido por um disparo.
FUGA E PRISÃO
Câmeras de monitoramento mostram fuga e perseguição de homem que matou segurança
Imagens de câmeras de monitoramento da Prefeitura de Itanhaém mostram o momento em que Leony fugiu após matar a tiros o segurança. Nas imagens, obtidas pelo DE, o criminoso aparece acompanhado do amigo Rafael, que dirigiu o veículo da fuga (assista acima).
A equipe da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU), da Guarda Civil Municipal, estava em patrulhamento na região quando foi acionada para o caso. No bar, testemunhas apontaram o veículo em que os criminosos fugiram. A equipe seguiu o carro, que estava em alta velocidade e não obedeceu as ordens de parada.
Mesmo assim, a dupla foi abordada pelos guardas na Rua Octaviano Albuquerque. Leony estava no banco do passageiro e dispensou um revólver calibre 38. Ele ainda resistiu à abordagem dos guardas municipais, que precisaram usar força para contê-lo e algemá-lo.
O motorista foi identificado como Rafael. Segundo a GCM, ele não soube dizer o que aconteceu, pois estava com a fala desconexa e confusa, aparentando embriaguez. A dupla foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para exames médicos e, em seguida, conduzida ao 1º DP de Itanhaém.
‘PAI, FICA COMIGO’, DISSE FILHA DE SEGURANÇA NO DIA DO CRIME
A família do segurança havia pedido a ele que não fosse trabalhar no dia do crime. A esposa da vítima, Rafaela Camila Domiciano de Souza de Carvalho, contou que ela e a filha queriam Gustavo em casa.
“Eu não queria que ele fosse naquele dia. Queria que ficasse com as meninas. Minha filha mais nova foi até o carro e falou: ‘Pai, fica comigo’. Ele respondeu: ‘Filha, papai tem que trabalhar’. E ela nem é de fazer isso”, contou a técnica de enfermagem. Rafaela foi casada com Gustavo por 15 anos e o casal teve duas filhas, de 6 e 11.
LÍDER DE IGREJA
Gustavo era presbítero de uma igreja na cidade – líder da congregação cristã. Na época do crime, o pastor Moisés Ribeiro contou ao DE que o segurança era seu braço direito na Igreja Apostólica Um Novo Cântico.
“Ajudava a dirigir os cultos, a fazer uma parte de louvor e adoração […]. Tomava conta da igreja junto com a família quando eu precisava sair”, disse.