Clínica de emagrecimento é interditada no DF
Medicamentos estavam armazenados de forma irregular e sem comprovação de origem;
responsável será intimado para prestar depoimento e pode pegar até 15 anos de
prisão
1 de 1 Parte dos medicamentos apreendidos em clínica de emagrecimento, em
Brasília — Foto: Divulgação/PCDF
Parte dos medicamentos apreendidos em clínica de emagrecimento, em Brasília —
Foto: Divulgação/PCDF
Uma clínica de emagrecimento de Brasília
foi interditada pela Polícia Civil e pela Vigilância Sanitária, por oferecer risco à saúde dos clientes. O local aplicava medicamentos como Ozempic, Mounjaro (tizarpatida), semaglutida e testosterona em pacientes sem comprovação de origem, sem prescrição médica e sem licença sanitária para funcionar.
Durante a operação desta terça-feira (14), os agentes apreenderam frascos e ampolas de substâncias armazenadas de forma inadequada e sem documentação. Entre os itens encontrados estão frascos de testosterona, ampolas de nandrolona, ampolas de testosterona, frascos de semaglutida, ampolas de semaglutida, frascos de tirzepatida e implantes subcutâneos.
A operação foi conduzida pela Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM/CORF) e pela Vigilância Sanitária (VISA/DF), após denúncia de que o estabelecimento mantinha em depósito e aplicava substâncias corrompidas. Os produtos estavam armazenados de forma inadequada e não havia qualquer documentação que comprovasse a legalidade do uso. A clínica funciona no Edifício The Union, prédio comercial localizado no fim da Asa Sul, próximo da EPIA.
Nas redes sociais, o responsável costumava divulgar imagens de antes e depois de pacientes, exaltando os efeitos dos medicamentos — sem mencionar riscos, prescrição ou origem dos produtos. A conta da clínica tem mais de 2,5 mil seguidores e na descrição da página promete “emagrecimento, performance, saúde e bem estar”. Já o perfil do médico responsável tem mais seguidores: 26 mil. Além de fotos de antes e depois, o responsável pelo estabelecimento também fazia postagens para atestar a qualidade dos seus produtos. Em um dos posts, ele reposta uma notícia sobre remédios adulterados e diz que os insumos da sua clínica são totalmente seguros
O responsável pela clínica não estava no local e não apareceu por lá durante a operação, mesmo tendo sido avisado da presença das autoridades. Agora, ele deve ser intimado pela polícia para prestar depoimento. Como não houve flagrante, a prisão só pode ocorrer após condenação judicial. Se confirmadas as irregularidades, o dono poderá responder pelo crime previsto no artigo 273 do Código Penal — que trata da falsificação ou adulteração de produtos medicinais. A pena é de 10 a 15 anos de reclusão, além de multa.