Uma força-tarefa interditou, na manhã de quinta-feira (17), uma clínica de reabilitação de usuários de drogas e resgatou internos que eram mantidos em cárcere privado no local, que fica em Anápolis. Segundo a delegada Cynthia Alves, os donos do local são dois irmãos e vendiam cigarros para os próprios internos que estavam lá para se recuperar.
A clínica de reabilitação é uma das mais famosas e requisitadas de Anápolis. A estadia variava de R$ 1.200 a R$ 2 mil por mês. Apesar do valor, os próprios internos tinham que cozinhar e eram responsáveis, também, pela limpeza da casa. Já a lavagem das roupas era feita pela sogra de um dos donos e não era inclusa na mensalidade.
“A higiene era precária. A fossa séptica e a caixa de gordura ficavam abertas; a cozinha tinha mau cheiro; freezer e geladeiras onde os alimentos ficavam guardados estavam super sujos; os colchões eram armazenados em quartos que também não tinham qualquer tipo de limpeza”, revela Cynthia Alves.
A delegada disse que apesar da situação do local interno, a sala onde os familiares tinham acesso era organizada. “A família do interno não tinha acesso à parte de dentro. Eles não podiam entrar dentro da clínica. Por isso, muitas vezes tinham uma boa visão do estabelecimento”, disse Cynthia.
Os responsáveis pela clínica foram autuados por posse ilegal de armas de fogo e munições, cárcere privado e por maus-tratos contra animais, já que muitos cachorros viviam em condições precárias no lugar. Os civis encontraram, também, uma cadela que foi mutilada e teve parte das orelhas cortada. Os animais foram levados pelo Centro do Zoonoses.
Além das prisões, o estabelecimento foi interditado pela Vigilância Sanitária, tendo suas portas fechadas ao final da ação. Os internos foram acolhidos pela assistência social do município e encaminhados para suas famílias.