Clube de Leitura: Penitenciária de Araraquara promove alfabetização através de audiolivros

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Penitenciária de Araraquara aposta em projeto de audiolivros para alfabetizar detentos

Contra o analfabetismo funcional, iniciativa leva leitura falada a reeducandos analfabetos. O programa oferece remissão de pena e a esperança de um futuro melhor após o cumprimento dela.

Na Penitenciária de Araraquara foi criado um clube do livro com o objetivo de alfabetizar os detentos que estão privados dessa habilidade. Um projeto inovador utiliza audiolivros para ensinar aqueles que nunca tiveram a oportunidade de aprender a ler. A iniciativa não apenas contribui para a remissão da pena, mas também abre portas para um novo horizonte após o período de encarceramento.

O projeto “Clube de Leitura para presos não alfabetizados” surge como uma resposta a um cenário em que 29% da população brasileira com idade entre 15 e 64 anos é considerada analfabeta funcional, de acordo com dados do Indicador de Alfabetismo Funcional desenvolvido pela ONG Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro.

Pioneira em Araraquara, a iniciativa já se expandiu para outras três unidades prisionais em Ribeirão Preto, Serra Azul e Jardinópolis. Utilizando tablets sem conexão à internet e fones de ouvido, os reeducandos têm acesso a narrativas que, mesmo não sendo capazes de decifrar nas páginas, conseguem absorver por meio da audição.

O projeto é fruto de uma parceria entre a Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap), a Fundação Observatório do Livro e da Leitura e a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP). Cada detento tem a possibilidade de ler até 12 livros por ano, sendo que a conclusão de cada obra resulta em quatro dias de remissão da pena.

A seleção dos livros faz parte de um processo criterioso, no qual uma equipe especializada escolhe obras capazes de atrair a atenção do leitor iniciante. O objetivo é proporcionar uma experiência significativa que vá além da simples alfabetização, mas que também promova o desenvolvimento pessoal e social do indivíduo.

Através do Clube do Livro, os reeducandos têm a oportunidade de participar de debates, ampliar seu vocabulário e melhorar suas habilidades de interpretação de texto. O aprendizado adquirido não se limita às histórias narradas, mas se estende para a troca de ideias e a reflexão sobre os temas abordados. Com isso, a reinserção social dessas pessoas se torna mais palpável e promissora.

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