Clube do Rio planta 100 árvores a cada gol: conheça a iniciativa sustentável do Pérolas Negras

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Conheça o clube do Rio de Janeiro que planta 100 árvores a cada gol marcado

Pérolas Negras fez o replantio de área equivalente a 19 campos de futebol com ajuda de parceiros

Quando o meia Pepê acertou o cantinho do gol do Duque de Caxias, na última segunda-feira, além de levar seu time, o Pérolas Negras, a uma vitória importante na segunda divisão do Carioca, também assegurou o plantio de 100 mudas de árvores. A ação faz parte da campanha de reflorestamento de áreas degradadas que a equipe realiza desde 2023 no Sul do estado do Rio de Janeiro e no Vale do Paraíba.

– Espero que a gente possa plantar milhares e milhares de árvores. No mundo em que a gente vive, tem que pensar no próximo – disse Pepê, no fim do jogo.

A campanha consiste em plantar e cuidar de 100 mudas de árvores nativas da região a cada gol marcado pelos times profissionais masculino e feminino, além do sub-20 masculino. A iniciativa foi criada em 2023 com o objetivo de compensar a emissão gases poluentes do clube.

Com o tempo, o projeto avançou em outras frentes. Foi criado um programa de educação ambiental que envolve atletas e funcionários do clube e avança para alunos de escolas e comunidade do entorno das áreas contempladas.

João, jogador do Pérolas Negras, ajuda no replantio de área degradada — Foto: Ronald Lincoln/ge

Até o momento, uma área equivalente a 19 campos de futebol recebeu o plantio de aproximadamente 18 mil mudas. A expectativa é que após quatro anos da implantação, as árvores ganhem altura e locais se tornem pequenas florestas.

– O clube tem responsabilidade como qualquer empresa teria de fazer uma compensação do que você gera de poluição. O Pérolas teve essa compreensão de não só compensar como envolver os atletas. É saber que tem que deixar uma contribuição para o futuro – contou Luiz Otávio Silva, coordenador ambiental do Pérolas Negras.

O clube trabalha com parcerias vitais para a manutenção do projeto. O ge acompanhou o replantio no terreno de uma empresa que cedeu uma área, que era utilizada como pasto. Ali, os jogadores do Pérolas se juntaram à equipe do Replantando Vida, programa socioambiental da Cedae. A iniciativa conta mão de obra de apenados do regime semi-aberto. Os trabalhadores, além de aprender uma profissão e receber salário, conseguem remissão no período de encarceramento – a cada três dias trabalhados reduzem um dia de pena.

Pérolas Negras 1×0 Duque de Caxias | Série A2 2025 — Foto: Reprodução/Redes Sociais

– As pessoas ficam na unidade e, quando têm oportunidade de sair para trabalhar, são discriminadas no mercado. A gente dá oportunidade de voltarem (a trabalhar) e muitas vezes com uma profissão diferente. A gente ajuda o meio ambiente e, automaticamente, incluindo pessoas que precisam de oportunidade – contou Leandro Leal, que é agente de saneamento da Cedae e um dos supervisores do Replantando Vidas.

O Pérolas Negras foi criado em 2009, como parte da Missão de Paz do Brasil no Haiti. Em 2010, o trabalho teve de ser paralisado em razão do forte terremoto que deixou milhares de mortos no país do Caribe. No ano seguinte, após uma reforma, o projeto foi retomado. Somente em 2016, o Pérolas Negras chegou ao Brasil, com a formação de um time para disputar a Copinha. No ano seguinte, ocorreu a filiação na Ferj, e a disputa da Série C. Desde então, a equipe tem feito campanhas sólidas, que a levaram à segunda divisão do Carioca.

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