Clubes do México processam federação por bloqueio de subida de divisão

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Clubes do México processam federação após cinco anos impedidos de subir de divisão

Prazo de seis temporadas para reestruturação financeira chega ao fim, mas entidade mantém primeira divisão “fechada”. Clubes levam caso ao TAS, e assunto também deve ir ao Senado

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O futebol mexicano passa por uma batalha jurídica envolvendo os clubes da segunda divisão e a federação do país (FMF). Com a elite nacional sem rebaixamento ou acesso desde 2020
[https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/coronavirus-campeonato-mexicano-suspende-rebaixamento-e-promocao-por-seis-anos.ghtml], alguns clubes da Liga Expansión processaram a FMF no Tribunal Arbitral do Esporte, o TAS.

LIGA MX “FECHADA” NA PANDEMIA

A federação mexicana determinou o fechamento da liga para rebaixamentos e promoções durante a pandemia da Covid. Visando uma reestruturação das equipes após o impacto econômico, a liga principal seria reaberta após seis temporadas. Em contrapartida, cada equipe da segunda divisão recebeu um subsídio de um milhão de dólares por temporada – o valor é subtraído dos clubes que tiverem os três piores desempenhos da Liga MX.

A primeira divisão da atual temporada, conquistada pelo Toluca
[https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2025/05/26/luan-ex-palmeiras-e-vasco-marca-em-final-e-e-campeao-pelo-toluca-veja-video.ghtml], terminou em maio e marcou o fim do período estipulado para o congelamento da mobilidade entre as divisões. No entanto, a federação divulgou o novo regulamento geral mantendo a Liga MX fechada. Os clubes da Liga Expansión (segunda divisão) peticionaram o acesso, mas receberam resposta negativa da entidade.

Os clubes moveram uma ação no TAS, na Suíça, e são representados pelo advogado brasileiro Eduardo Carlezzo. Inicialmente, o movimento contava com dez clubes, mas quatro deixaram o grupo após a verba destinada à Liga Expansión ser cortada em resposta. Com a saída de Tampico Madero, Atlante, Alebrijes de Oaxaca e Cimarrones de Sonora, o grupo ainda conta com seis equipes: Atlético La Paz, Atlético Morelia, Cancún, Mineros de Zacatecas, Venados e Leones Negros.

FEDERAÇÃO SUSTENTA TESE JURÍDICA

O presidente executivo da FMF, Ivar Siniesga, defende que não houve represália no corte das verbas. Segundo ele, o regulamento prevê a situação, condicionando o repasse do montante aos clubes ao impedimento de processar a entidade.

– Há uma série de cláusulas. Uma delas é que, se alguém processar a federação, que é o objeto do processo, não receberá subsídio. O apoio da federação é uma questão jurídica, que está incluída no acordo firmado na época. Não é uma decisão repentina; é simplesmente seguir um acordo que existia na época para esse subsídio – afirmou.

Representante dos clubes que processam a FMF, Carlezzo defende que a cláusula é inconstitucional e que os clubes esperam que assim seja declarada nos tribunais.

O advogado também critica outro ponto da decisão de 2020: para conquistar o acesso, seria necessário que ao menos quatro clubes da Liga Expansión tivessem seus cadernos de certificação aprovados pela federação para competir na elite do futebol mexicano. Além disso, não há especificações no regulamento sobre quais seriam os requisitos para obter a certificação.

O brasileiro defende que essa atitude é intencional e que tem como meta manter a liga fechada. A proposta dos clubes é pela volta do modelo anterior – com apenas um clube rebaixado e outro promovido. Mesmo assim, a exigência da federação se mantém em quatro clubes certificados.

CASO SERÁ LEVADO AO SENADO MEXICANO

Além do TAS, o assunto deve parar também no Senado do México. Clemente Castañeda, líder da bancada do partido político Movimento Cidadão, anunciou que o tema será pautado no Congresso da União.

“O futebol é uma questão de interesse público e não pode estar sujeito a caprichos ou arbitrariedades particulares. Anular a possibilidade de rebaixamento e promoção de equipes vencedoras da Liga de Expansão para a Primeira Divisão é uma medida antidesportiva porque desestimula a competição e o desenvolvimento de jogadores, comissão técnica e árbitros” – publicou Castañeda.

A expectativa dos clubes que peticionam a reabertura da Liga MX é de disputarem o torneio a partir de julho de 2026. A decisão do TAS deve sair até o fim do ano.

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