As crianças e servidores da educação infantil de Senador Canedo estão sendo expostas a doenças e choque elétrico durante as chuvas em prédio em condições desumanas. Servidores municipais denunciam que um temporal deixou o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Sinhazinha, no Conjunto Margarida Procópio, inundado durante a manhã desta quinta-feira, 26.
Em um dos vídeos recebidos pelo Diário do Estado (DE), dezenas de crianças se alimentam em um refeitório com goteiras. O chão está cheio d’água e com baldes para tentar conter parte da água que escorre para dentro do prédio. Um ventilador fica ao lado de um vazamento de água, o que expõe servidores e alunos a risco de acidentes com eletricidade.
Alguns alunos andam com chinelos no local e molham os pés, enquanto outros finalizam a refeição servida no mesmo espaço e outras turmas se divertem com brinquedos em meio à chuva. Uma outra gravação registra uma sala de aula em que crianças brincam com um balde d´água. No local, uma funcionária precisa reacomodar colchonetes com lençóis em outro ponto para que não sejam molhados. O piso, onde os alunos ficam para dormir, tem poças de água da chuva.
De acordo com os Parâmetros Básicos de Infra-estrutura para Instituições de Educação Infantil do Ministério da Educação (MEC), o refeitório deve distinguir e setorizar duas áreas distintas: preparo de alimentos e refeição. É importante que possibilite boas condições de higiene, ventilação e segurança, prever mobiliário adequado tanto à refeição das crianças quanto à dos adultos. Além disso, a arquitetura deve atender aos parâmetros ambientais, como clima, e proteção à insolação.
O mesmo documento determina a previsão de espaços cobertos na organização e na setorização das áreas de vivência e recreação em dias chuvosos ou a flexibilidade de uso para atividades diferenciadas. Em dezembro, a reportagem noticiou o vazamento no telhado da Escola Municipal Luzia Maria de Siqueira, no conjunto Uirapuru. A unidade havia passado por reforma e reinaugurada quatro meses antes. A chuva também teria causado problemas estruturais nos banheiros, como rachaduras no teto.
A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Senador Canedo informou que esteve no local e irá iniciar reparos de manutenção na cobertura para solucionar o problema.”A unidade tinha dinheiro em caixa suficiente para a realização dos reparos necessários, através do programa Reviva Educação, que tem como objetivo a descentralização de recursos. Em função disso, está sendo aberta uma sindicância para apuração de possiveis negligências e responsabilidades”, divulgaram. Um reforma geral está prevista para este ano e os alunos serão assistidos em outro espaço para não serem prejudicados durante o ano letivo.
A reportagem do Diário do Estado entrou em contato com a assessoria da prefeitura pedindo nota de esclarecimento, mas não houve retorno até a publicação desta edição. Já o Ministério Público de Goiás (MP-GO) disse que vai investigar o caso.
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