CNJ apura conduta de desembargadores do TJ-GO que chamaram vítima de assédio de ‘sonsa’

CNJ apura conduta de desembargadores do TJ-GO que chamaram vítima de assédio de “sonsa”

A Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) irá apurar a conduta dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) responsáveis por insinuarem que uma vítima de assédio seria “sonsa”, que haveria atualmente uma “caça aos homens” e denúncias viraram “modismo”.

As falas dos ministros Silvânio Divino de Alvarenga e Jeová Sardinha foram feitas durante o julgamento de um caso de assédio envolvendo o pastor Davi Passamani. Na decisão, o CNJ detalha que os desembargadores teriam feito falas de “conteúdo potencialmente preconceituoso” em relação a vítima e que foi emitido juízo de valor que extrapolou os limites da análise jurisdicional. A decisão para abertura do processo foi divulgada pelo Conselho nesta segunda-feira, 1º.

Em nota, o TJ-GO informou que irá aguardar as apurações e tramitação do processo administrativo. O órgão estadual informou que estará à disposição para colaborar e cumprir toda e qualquer determinação do órgão superior.

Por meio do site do CNJ, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, emitiu uma nota informando que foi avaliado há necessidade de se investigar, na esfera administrativa, a atuação dos desembargadores. Salomão apontou, ainda, que o procedimento deve apurar se os magistrados afrontaram leis previstas pela Constituição Federal, na Lei Orgânica da Magistratura (LOMAN) e em regras do próprio CNJ.

Segundo o órgão público, os desembargadores devem ser intimados em até 15 dias para prestarem esclarecimentos.

Relembre o caso

As falas feitas por Silvânio de Alvarenga foram feitas no último dia 19 de março. No processo, a jovem denunciou ter sido assediada sexualmente pelo pastor Davi Passamani, criador da igreja A Casa, assim como outras três ex-frequentadores da congregação.

Durante o julgamento, o desembargador disse que existe uma “caça aos homens” atualmente e que isso está dificultando o relacionamento entre homens e mulheres. “Essa caça às bruxas, caça aos homens. Daqui a pouco não vai ter nenhum encontro. Como você vai ter relacionamento com uma mulher, se não tiver um ‘ataque’? Vamos colocar ‘ataque’ entre aspas”, afirmou o desembargador.

No final da fala, Silvânio ainda formulo uma pergunta questionando se a vítima não teria sido “muito sonsa”. “Uma outra pergunta também que eu faço, essa moça aí, ela mesma falou que é ‘sonsa’, ela mesma usou essa expressão, que não está compreendendo a coisa. Se ela não foi muito sonsa nesse…? No século que a gente está. É outra dúvida”.

Além das falas feitas contra a vítima, o desembargador Joevá Sardinha aproveitou para afirmar que existe modismo em relação a denúncias de assédio sexual e racismo. “Eu, particularmente, tenho uma preocupação muito séria com o tal do assédio moral – como gênero sexual, como espécie do gênero – e racismo. Então, esses dois temas viraram modismos. Não é à toa, não é brincadeira, que estão sendo usados e explorados com muita frequência”, disse o desembargador.

Jeová finalizou dizendo que a interpretação sobre assédio e racismo é subjetiva, o que o faz um “um pouco cético com essas questões”.

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Úrsula Silva, irmã de MC Kevin, morre aos 36 anos por complicações de trombose

Úrsula Muga Silva, irmã do cantor MC Kevin, morreu aos 36 anos. A notícia foi confirmada nesta terça-feira, 17, por Valquiria Nascimento, mãe do artista, por meio de uma publicação no Instagram.

Embora não fosse mãe biológica de Úrsula, Valquiria explicou que ajudou a criá-la entre os 12 e os 19 anos, após o falecimento da mãe da jovem. Úrsula, filha do pai de MC Kevin, mantinha uma relação próxima com a família.

Segundo Valquiria, Úrsula sofria de trombose, mas não seguia o tratamento adequado para a doença. “Não se cuidou, acabou passando mal e indo embora”, lamentou. Úrsula era casada e deixou um filho pequeno.

Relembre a morte de MC Kevin
MC Kevin, cujo nome era Kevin Nascimento Bueno, morreu aos 23 anos após cair do 5º andar de um hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O cantor chegou a ser socorrido com vida e levado ao Hospital Municipal Miguel Couto, mas não resistiu.

O funkeiro, que acumulava quase 14 milhões de seguidores no Instagram e cerca de 1,8 milhão de ouvintes mensais no Spotify, deixou um legado marcante no cenário musical.

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