A crise do metanol em São Paulo, que já causou pelo menos três mortes e dezenas de intoxicações no estado, rendeu ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) uma lição rápida e dura sobre a gravidade do cargo. Durante coletiva sobre o caso, o governador optou pelo deboche: “No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar” . A fala, em tom de brincadeira, foi feita enquanto ele comentava a falsificação de bebidas alcoólicas por criminosos. A declaração gerou uma enxurrada de críticas de parlamentares da base do governo Lula, que imediatamente traçaram um paralelo com a postura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19 . O ministro Paulo Teixeira (PT) classificou a declaração como “um deboche com todas as vítimas”, enquanto o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) lembrou da frase de Bolsonaro ao ser questionado sobre mortes na pandemia: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?” . A atitude fez o governador pedir desculpas publicamente na noite desta terça-feira (7), reconhecendo que a “brincadeira” foi “inoportuna” e “mal interpretada” . O episódio revela que, para alguns na política, a vida humana ainda parece ser um detalhe insignificante.