O estado do Amazonas vivenciou um colapso ambiental sem precedentes em 2024. Enfrentando uma seca extrema pelo segundo ano consecutivo, a região registrou mais de 25 mil queimadas, o que representa o pior número em 26 anos. A repetição desse cenário alarmante vivido em 2023 é um alerta para o que pode se tornar cada vez mais comum nos próximos anos na região.
A seca extrema teve impactos devastadores, evidenciados pela baixa do Rio Negro, que atingiu o ponto mais baixo em mais de 120 anos de medições. A situação alterou não só o visual do Encontro das Águas, mas também levou à necessidade de fechamento da Praia da Ponta Negra, o principal balneário da cidade de Manaus. A falta de chuvas provocou o surgimento de bancos de areia na orla, afastando as embarcações dos pontos tradicionais de atracação.
A logística no Polo Industrial de Manaus foi afetada, com empresas tendo que instalar um píer flutuante em Itacoatiara para viabilizar o recebimento de insumos e o envio de mercadorias. Mais de 800 mil pessoas foram impactadas pela estiagem no Amazonas, o maior número da história. Em municípios como Envira, a seca atrasou a entrega de oxigênio e medicamentos, elevando o preço dos alimentos e isolando comunidades.
Além disso, o estado enfrentou um cenário de queimadas recordes, com mais de 25 mil focos registrados somente em 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A onda de fumaça resultante das queimadas atingiu todas as 62 cidades amazonenses, impactando a qualidade do ar e prejudicando a população. A prática de queimadas para conversão de áreas em pasto para o gado foi apontada como uma das causas do problema pelo Ibama.
A temporada de chuvas pode trazer algum alívio para o Amazonas, minimizando os efeitos da seca e das queimadas. No entanto, os desafios climáticos enfrentados em 2023 e 2024 indicam a necessidade de medidas urgentes para lidar com as mudanças ambientais na região. A preservação da Amazônia e a adoção de práticas sustentáveis são fundamentais para evitar futuros episódios de colapso ambiental e garantir a qualidade de vida das populações locais.