Colesterol na infância: má alimentação e sedentarismo estão entre as causas

Colesterol na infância: má alimentação e sedentarismo estão entre as causas

“Em crianças acima do peso, o colesterol pode estar alto, porém, em geral, não em níveis críticos. Mas é preciso que os pais fiquem atentos, principalmente em crianças com fatores de risco, como excesso de peso, sedentarismo e que tenha na família caso de colesterol alto. Nos casos hereditários, que chamamos de dislipidemia familiar, mesmo a criança sendo eutrófica, ela pode desenvolver um colesterol alto”, explica a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.

O colesterol alto é silencioso, ou seja, ele não apresenta sintomas e, por isso, os desfechos surgem repentinamente. Os problemas cardiovasculares são os mais comuns e, em geral, acontecem a longo prazo. Crianças com diabetes precisam de atenção, já que a doença pode fazer os níveis de colesterol aumentarem. Além disso, níveis altos de colesterol podem ter como consequência eventos cérebro e cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral (AVC) precoces.

“Infelizmente, vivemos um momento em que as crianças se alimentam cada vez mais de produtos industrializados e ficam na frente de telas por horas. Se esses hábitos estiverem aliados à genética, o resultado pode ser bem perigoso, com ganho de peso e sedentarismo, o que pode levar a níveis altos de colesterol”, comenta a endocrinologista.

A prescrição de medicamento para crianças para combater o colesterol alto é bastante incomum, e a mudança no estilo de vida é a chave para a manutenção da boa qualidade da saúde. Tratando na infância, é possível que na vida adulta a criança tenha taxas normais do colesterol, com exceção nos casos em que o alto colesterol é por fator hereditário.

Sobre a Dra. Lorena Lima Amato – A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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