Coleta seletiva já está presente em 46% dos municípios goianos

Em Goiás, um significativo avanço na gestão de resíduos sólidos foi observado, com cerca de 46% dos municípios já tendo implantado sistemas de coleta seletiva. Esses dados foram informados pelas próprias prefeituras à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-GO), em cumprimento ao que determina o Plano Nacional de Residuos Solidos, instituído pelo decreto federal 11.043/22.
 
A Semad-GO está ativamente promovendo ações de suporte técnico para auxiliar os 56% de municípios goianos que ainda não realizam a coleta seletiva. Renata Ribeiro, titular da Gerência de Regionalização de Residuos Solidos da Semad-GO, destacou que o Estado criou um guia gratuito para auxiliar as prefeituras restantes nesse processo. Este guia, disponível no site da Semad, aborda desde os princípios básicos da coleta seletiva até a abordagem de modelos de prestação de serviços nessa área.
 
Conforme a Política Nacional de Meio Ambiente (PNRS, Lei nº 12.305/2010), os municípios devem estabelecer medidas para redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos, visando reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final. Sem os planos municipais e uma gestão integrada de resíduos sólidos, os municípios podem ser privados de ter acesso a recursos da União destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, alertou Renata.
 
A PNRS também estabelece que os municípios que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou associações de catadores terão prioridade no acesso aos recursos. A cartilha da Semad, com 24 páginas, fornece uma visão abrangente, desde a conceituação até a abordagem de modelos de prestação de serviços.
 
Em agosto deste ano, a Semad divulgou um documento chamado “relatório de monitoramento do Plano Estadual de Residuos Solidos”, com informações mais detalhadas da gestão de resíduos naquele momento. Dentro do universo de municípios que já fazem a coleta seletiva, constatou-se que 15% deles realizam o processo somente com catadores, 9% somente no porta a porta, e 5% somente por meio dos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs).
 
Essas iniciativas demonstram o compromisso do Estado em promover uma gestão sustentável e eficiente dos resíduos sólidos, alinhada com as diretrizes nacionais e internacionais.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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