O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou na terça-feira (19) a decisão dos EUA de enviar três navios de guerra próximos à costa da Venezuela, considerando-a um ‘erro’ que não solucionará as questões ligadas ao tráfico de drogas na fronteira dos Estados Unidos. O envio dos destróieres de mísseis guiados ‘U.S. Aegis’ tem como objetivo lidar com as ameaças dos cartéis de drogas na América Latina, segundo fontes divulgadas na segunda-feira (18). A intenção do presidente Donald Trump é utilizar o poder militar para combater as organizações terroristas globais ligadas ao tráfico de drogas na região.
A Venezuela, por sua vez, não se manifestou oficialmente sobre a chegada dos navios de guerra dos EUA. Entretanto, o presidente Nicolás Maduro afirmou em um discurso na segunda-feira que o país irá ‘defender nossos mares, nossos céus e nossas terras’ diante de qualquer ameaça, referindo-se de forma indireta à mobilização militar dos Estados Unidos. Maduro classificou a ação como ‘estranha e bizarra’, destacando a postura de um ‘império em declínio’. Trump tem priorizado a luta contra os cartéis de drogas como parte de sua estratégia para conter a migração e proteger a fronteira sul dos Estados Unidos.
Apesar da justificativa de combate ao tráfico de drogas, a decisão do governo americano gerou críticas por parte do presidente colombiano, que argumenta que a estratégia militar não atenderá às demandas da região. A Colômbia expressou preocupação com a possibilidade de escalada de tensões na América Latina devido à presença dos navios de guerra dos EUA próximos à Venezuela. Petro ressaltou a importância de buscar soluções pacíficas e diplomáticas para enfrentar o problema do tráfico de drogas, em vez de recorrer a medidas militares que possam agravar a situação.
A situação evidencia as tensões geopolíticas na região, com os Estados Unidos demonstrando disposição para intervir militarmente contra os cartéis de drogas na América Latina. A atuação naval americana na costa venezuelana reacendeu o debate sobre a influência internacional na região, levantando questionamentos sobre a soberania dos países latino-americanos diante de intervenções externas. A postura adotada por Trump representa um desafio aos governos da região, que buscam alternativas para lidar com o tráfico de drogas e suas consequências sem recorrer à militarização das fronteiras.