Dificuldades de Caiado no DEM e possibilidade de filiação ao PL turvam cenário para 2026

No início de 2024, o DEM nacional realizará a convenção para escolher o seu novo comando, atualmente nas mãos do deputado federal Luciano Bivar – naturalmente candidato à reeleição. O governador Ronaldo Caiado e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto lideram um movimento para renovar a direção do partido, possivelmente com o baiano no lugar de Bivar.

Não será fácil. Bivar tem poder como 1º secretário da Câmara Federal e participou diretamente da indicação de três ministros do União Brasil para o governo Lula. Isso significa que ele terá total apoio do Palácio do Planalto para impedir que uma das maiores siglas do país venha a cair na mão da oposição. Bivar tem mais chances de permanecer como presidente do DEM que ACM Neto chegar lá. E continuar atrapalhando Caiado, de quem é desafeto.

O projeto presidencial de Caiado pode travar. É por isso que o governador goiano abriu uma porta no PL (e outra no Republicanos, diga-se de passagem), para uma eventual mudança de prefixo capaz de viabilizar a sua candidatura à sucessão de Lula. Seria, aparentemente, um passo correto, mas com profundas consequências em Goiás.

Haveria uma desorganização da base partidária do Palácio das Esmeraldas. O PL estadual tem candidato a governador, no caso o senador Wilder Morais. Como ficaria o vice-governador Daniel Vilela, desde já anunciado como o nome preferido de Caiado para a sua cadeira? A base governista se dividiria? São perguntas por enquanto sem respostas. As eleições de 2026 em Goiás, portanto, vão depender e muito do cenário nacional e da inserção de Caiado nesse eventual novo quadro. Novidades e surpresas, daí, estarão no radar.