Com a chegada do verão, Goiás deve ter chuvas acima da média até março

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O verão em Goiás deve ser marcado por muita chuva. A previsão é que a estação alcance registros acima da média, exceto no oeste do estado, e que as temperaturas se mantenham altas. O tempo deve sofrer influência da La Niña, um fenômeno climático que resfria as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e reflete diretamente na região Centro-Oeste.

Além de tempestades, principalmente à tarde, podem ocorrer queda de granizo, vento forte e raios. A chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) também ajuda a manter o tempo no estado mais úmido. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o sistema meteorológico típico do verão consiste em uma banda de nebulosidade entre o sul da Amazônia, passando pelo Centro-Oeste e chegando ao Oceano Atlântico.

A estimativa é que seja registrada média de 1.100 mm em precipitação, mas distribuídas irregularmente. A economia regional deve ser diretamente afetada porque na área agropecuária, na geração de energia hidrelétrica e reposição hídrica dos reservatórios de abastecimento de água em níveis satisfatórios. Em Goiás, soja, milho, feijão e algodão pode ter a produção levemente comprometida por um possível veranico – chuvas abaixo da média em janeiro de 2023.

A população do nordeste goiano deve sofrer novamente com tempestades entre o fim deste ano e começo de 2023. A infraestrutura comprometida com as chuvas do ano passado a ponto de isolar comunidades está passando por ajustes para evitar tragédias. Instituições como o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros mapearam pontos críticos e já estão se mobilizando.

Um plano de contingência está sendo executado pelo governo estadual. Cerca de 280 municípios passam ou passaram por serviços preventivos, como construção de bueiros e pontes, roçagem, revitalização de sistemas de drenagem, operação tapa-buraco, recuperação de pavimentos asfálticos, levantamento de greide e terraplenagem em trechos em leito natural. 

Raríssimo

Neste ano, a La Niña no Brasil acontece de forma rara por dois anos consecutivos, Assim como no ano passado, em que houve o predomínio do fenômeno, em 2022 as chuvas terminaram em abril para dar início à estiagem e depois tiveram retorno com força em outubro. De acordo com o  Cimehgo, somente em dezembro, a previsão é que as tempestades cheguem a 500 milímetros em 70 municípios das regiões do Centro, Norte e Nordeste goianos. 

A infraestrutura comprometida com as chuvas do ano passado a ponto de isolar comunidades do nordeste goiano está passando por ajustes preventivos há meses. Esta é a quarta vez em que esse fenômeno ocorre. Os registros começaram em 1950 e notificaram esse tipo de ocorrência de 1954 a 1956 e depois entre 2010 e 2012. Um dado inédito é a La Niña que ocorreu por quatro anos de 1973 a 1976.

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Governo planeja isentar Imposto de Renda até R$ 5 mil: impactos e perspectivas futuras

Isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil custará R$ 51 bilhões por ano, diz Unafisco

O governo Lula prometeu enviar no ano que vem um projeto para isentar de Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil por mês. A isenção de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para rendimentos até R$ 5 mil mensais, como foi anunciado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), resultaria em uma perda de arrecadação em R$ 51 bilhões por ano, a partir de 2026. Essa estimativa foi apresentada pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional).

Atualmente, a faixa de isenção do IRPF abrange rendimentos mensais de até R$ 2.824. A ampliação para R$ 5 mil beneficiaria aproximadamente 9,6 milhões de brasileiros, elevando o total de isentos para cerca de 26 milhões de contribuintes. No cálculo, a Unafisco considerou o ano-calendário 2024, ou seja, as declarações que serão entregues em abril de 2025. O governo, porém, já salientou que a mudança só valerá para 2026.

A associação tem dito que a medida, ao aliviar a carga tributária da classe média e ter o potencial de estimular o consumo, é justa, mas exige cautela. A medida foi apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando anunciou o pacote de corte de gastos, no fim de novembro. Os principais projetos do pacote foram aprovados pelo Congresso Nacional na última semana. Como o governo precisa compensar a renúncia fiscal, a medida acabou sendo mal recebida pelo mercado financeiro.

Segundo Haddad, o projeto ainda não foi enviado porque foi encontrada uma inconsistência “em um dispositivo que faz a calibragem” para o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ). Ele garantiu, contudo, que há um acordo com o Congresso para que a ampliação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil só valha se houver aprovação conjunta de uma medida compensatória, para observar a neutralidade da reforma.

Lula prometeu na campanha de 2022 ampliar a isenção para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil. Para minimizar o efeito político do corte de gastos, ele decidiu anunciar a medida do Imposto de Renda no mesmo dia. Para compensar a perda de receitas que o aumento da isenção trará, o governo irá propor um imposto mínimo de 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês. O titular da Fazenda afirmou que a medida caminha no sentido da “justiça tributária”.

A Unafisco defende que sejam fechadas brechas como a pejotização (trabalhadores que são contratados como pessoa jurídica e não sob o regime CLT) e a falta de tributação sobre lucros e dividendos, que, segundo a entidade, hoje permitem que muitas rendas altas escapem do alcance do imposto. Além disso, há dúvidas sobre como serão tratados aqueles brasileiros que ganham pouco acima do limite, como R$ 5,1 mil ou R$ 5,2 mil. A Unafisco defende reajustes na tabela de Imposto de Renda e medidas complementares.

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