Com alta exigência de perfil, Goiânia tem apenas 21 adoções em 2022

Apesar da crescente fila de espera de pessoas interessadas em se tornarem mães e pais pela adoção, a quantidade de crianças que ganharam famílias se manteve na média nos últimos dois anos na capital. Neste ano, apenas 21 crianças foram apresentadas a novos lares em Goiânia. Em 2021, foram 23, ao todo. Os dados foram obtidos pela reportagem do Diário do Estado (DE) junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). 

O grande empecilho para os menores encontrarem famílias é o perfil. O desencontro ocorre principalmente nos critérios preferidos e idealizados pelos pretendentes a pais. “As pessoas têm um padrão de crianças a serem adotadas. Querem bebês recém-nascidos, brancos, com limite de idade e não querem adotar as que estão disponíveis e não se enquadram nesses ‘pré-requisitos’ “, informa a assessoria de imprensa do TJGO.

De acordo com o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há 306 pessoas solicitando a adoção em Goiânia. No entanto, nenhuma delas quer uma criança preta especificamente como candidata. A situação vem melhorando com o tempo, já que a maioria se dispõe a adotar independentemente da cor (213), enquanto outras preferem menores da cor branca (80), parda (76),  amarela (26) e indígena (9).

As estatísticas de 2019 revelam um cenário parecido ao atual. Das cerca 5 mil crianças e adolescentes cadastradas no Brasil, 91,94% têm mais de seis anos de idade (4.616), 19,06% (958) são negras e 35,21% (1.768) têm algum problema de saúde ou deficiência. Essas três características reduzem as chances de adoção, em função das exigências dos candidatos a pais. De acordo com o CNJ, entre os 42.480 pretendentes à adoção à época, 86,73% não aceitam adotar crianças com mais de seis anos de idade, 44,53% não querem adotar crianças negras e 62,01% não concordam em adotar crianças com problemas de saúde ou alguma deficiência.

O CNJ está analisando o fim do termo étnico na escolha da criança a ser adotada. Desde setembro, no entanto, as famílias podem consultar informações dos meninos e meninas em uma Busca Ativa Nacional. Ao todo, há mais de 32 mil pretendentes em casas de acolhimento de todo o País habilitados no SNA.  

Além das descrições, os futuros pais podem verificar fotos e vídeos das crianças e adolescentes. A ideia da busca ativa é possibilitar o encontro entre pretendentes habilitados e as crianças aptas à adoção que tiverem esgotadas todas as possibilidades de buscas nacionais e internacionais de famílias compatíveis com seu perfil no SNA.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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